Quem entrasse desavisado no Cineteatro dos Barrageiros, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), na tarde de sábado, 11, estranharia o silêncio em um evento com mais de 200 jovens. Mas os estudantes tinham um foco: resolver os 13 problemas da Final Brasileira da Maratona de Programação.
E a equipe que foi mais bem-sucedida e ficou em primeiro lugar foi a de Ciências da Computação da Universidade de São Paulo (USP).
A disputa em Foz do Iguaçu ocorreu simultaneamente a competições em outros países da América Latina. Dessa etapa sul-americana, de 10 a 15 equipes saem classificadas para a competição mundial, que acontece em abril de 2018, em Pequim, na China.
A expectativa é que o resultado seja divulgado no começo desta semana, mas as equipes que ficaram em melhores posições no desafio brasileiro já estão com a vaga praticamente garantida.
Cada problema da Maratona era marcado por uma letra. Ao ser resolvido, as mesas das equipes eram sinalizadas por um balão com uma cor correspondente à letra. As respostas dos grupos – que eram formados por três estudantes e um treinador – eram submetidas a uma comissão de juízes e, somente após a aprovação, recebiam os balões.
Conforme as horas iam passando, as mesas do Cineteatro ficavam tomadas de balões coloridos. As equipes que tinham menos balões, demonstravam maior apreensão. As conversas eram quase inaudíveis, mas quem acompanhava percebia a ansiedade, com pernas e pés inquietos debaixo das mesas.
Às 20h, pontualmente, a competição foi encerrada. Além das equipes que ficaram nas 10 primeiras colocações, também receberam prêmios os primeiros lugares por região do País.
O professor Marcelo Cezar Pinto, diretor de sede da Maratona, comemorou o sucesso do evento. “Ficamos muito felizes com a participação de todos os estados do Brasil na competição. Nenhuma das equipes inscritas faltou. Todo mundo, mesmo com toda dificuldade, conseguiu vir para Foz do Iguaçu, e foi uma festa maravilhosa”, diz.
Para os estudantes, avalia o professor, a participação em um evento como a Maratona pode render desde conhecimento até um emprego. “Os participantes que estão aqui, no mínimo, aprendem muito mais sobre computação, conteúdo que muitas vezes não têm a oportunidade de ver em sala de aula. E, no máximo, conseguem um emprego nas empresas que apoiam o evento e levam pessoas da maratona, porque sabem da competência delas.” O evento, promovido pela Sociedade Brasileira de Computação, foi organizado em uma parceria entre PTI, Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
Dedicação diária
A equipe “¯\_(ツ)_/¯”, da USP, formada pelos estudantes Arthur Nascimento, Yan Couto, Victor Sena e o treinador Renzo Gomez, conseguiu resolver 11 problemas da Maratona e ficou em primeiro lugar da final brasileira. Os estudantes contaram que estão treinando para a competição há muito tempo. Para isso, estudam e resolvem problemas de provas antigas, todos os dias. Semanalmente, a equipe faz a simulação de uma prova.
De acordo com os alunos, muitos desafios propostos na competição são semelhantes aos das entrevistas de empregos que eles fazem; a participação na Maratona acaba sendo um treino. Além disso, segundo os jovens, uma medalha de uma Maratona tem grande peso no currículo e abre portas nas empresas que eles querem atuar.
Confira as 10 primeiras equipes colocadas na Final Brasileira da Maratona de Programação:
1) Universidade de São Paulo (USP) – ¯\_(ツ)_/¯
2) Universidade de São Paulo – campus São Carlos (USP São Carlos) – Trei Linha
3) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) – ALT
4) Universidade de São Paulo – Dog Bit Dog
5) Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) – Choose difficulty: TITAN
6) Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – Ginga com Tapioca
7) Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) – Se Juntas Já Causa, Imagina Juntas
8) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Esse é Meu Time
9) Instituto Militar de Engenharia (IME) – Lorem Ipsum
10) Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) – Calopsita