Aquilo que a gente já imaginava vira constatação: a segunda ponte ligando Foz do Iguaçu ao Paraguai (via Presidente Franco) foi pras calendas (Não Viu? é cultura: calendas é expressão latina para falar de algo que nunca ocorrerá).
A Gazeta do Povo noticia que, embora tenha sido anunciada por vários presidentes da República nos últimos 25 anos, a segunda ponte “está praticamente enterrada, pelo menos para os próximos anos”.
O valor total orçado para a ponte é de R$ 233,3 milhões, mas o Dnit, que seria responsável pela obra, reservou só R$ 6 milhões para o projeto em 2017. E, pra 2018, menos de R$ 1 milhão. Não dá nem pra pensar em começar a obra.
O prefeito Chico Brasileiro confirmou à Gazeta que, em visita ao Ministério dos Transportes, soube que não há no orçamento da União previsão de recursos para a ponte, no ano que vem.
Segundo o prefeito, pra começar a obra, seria necessário garantir pelo menos 10% do valor total, isto é, uns R$ 23 milhões. Nem somando os R$ 6 milhões do orçamento de 2017 com o de 2018 chega-se perto disso.
Deixemos de sonhar. Em tempos de vacas magras, quem é que vai lembrar da importância de uma segunda ponte ligando Foz ao Paraguai?
É bem mais provável que, antes desta segunda ponte, seja construída a que vai ligar Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, a Carmelo Peralta, no Paraguai. É que esta ponte é o início da Rota Bioceânica, que (um dia) vai ligar o Brasil aos portos do Norte do Chile.
Neste caso, há outros – e mais importantes, politicamente – interesses em jogo.