Embora ainda seja controversa a origem do Sars-Cov-2 – o vírus causador da Covid-19 –, existe a hipótese de que o seu surgimento esteja relacionado a zoonoses, ou seja, doenças transmitidas entre animais e seres humanos.
E é nesse contexto de inter-relação entre humanos e animais que se desenvolve a pesquisa “Aspectos epidemiológicos da infecção por Sars-Cov-2 em animais (domiciliados e silvestres) com abordagem em Saúde Única”.
O estudo irá avaliar a participação dos animais na cadeia epidemiológica da Covid-19. O projeto de pesquisa é coordenado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e conta com a colaboração de uma Rede de Estudos formada por instituições de ensino superior do Paraná – entre elas, a UNILA.
A pesquisa irá avaliar uma potencial interação interespécies no processo infeccioso da Covid-19, lançando questões sobre o papel do homem na infecção de animais pelo Sars-Cov-2, e vice-versa.
Em Foz do Iguaçu, o professor Walfrido Svoboda, responsável pela colaboração da UNILA nesse projeto, realizou, em novembro, a primeira coleta de amostras biológicas em dois cães, cujo tutor testou positivo para a Covid-19.
Além do contato próximo com um ser humano infectado, um dos animais apresentou sintoma respiratório de tosse. Por meio do swab (cotonete estéril), foi feita a coleta de secreções na região orofaringe, ocular, anal e interdigital (entre os dedos) dos cães.
A amostra será encaminhada para a Universidade Estadual de Londrina, para ser examinada. “Serão feitas análises com o teste qRT-PCR, para investigar se tem material genético do vírus (Sars-Cov-2), e os testes Elisa e Western Blot, para detectar anticorpos. São os mesmos testes feitos em humanos, só que em laboratório de pesquisa para animais”, explica o docente.
Com informações da UNILA