O Bom Velhinho
*Por Carlos Galetti
Lá vem ao longe o Bom Velhinho, com suas longas barbas, seus cabelos brancos pelo tempo passado nas preocupações de ofertar presentes, por vezes até sem ter como cumprir com as promessas feitas.
A realidade é bem outra. Sua roupa de vermelha apresenta um laranja desbotado. Seu sorriso está vazio e pouco contagiante. Suas renas foram substituídas por burros já nem tão resistentes.
Ainda se recupera da covid que quase o tirou da existência, sua saúde está debilitada, o dinheiro curto, alguns carnês atrasados, correndo atrás do auxílio do governo federal.
Também tem a sua mulher, Mamãe Noel, muito doente e correndo atrás de vaga no Hospital Municipal. Apresenta problemas de desnutrição, chegando a culminar com anemia preocupante.
Seria tudo verdade? Como o Papai Noel poderia ter chegado a este ponto?
Prefiro voltar a ser criança, acreditar que tudo vai dar certo, que o bom velhinho poderá trazer os presentes para as crianças, principalmente as necessitadas.
Não pode ser verdade, os problemas são outros, que as cartas sejam atendidas dentro da normalidade, as renas voltarão, tudo vai dar certo, Deus está presente, os sorrisos das crianças não se apagarão. Lembro que Deus sempre proverá, bastando para isso, termos fé.
Em nome dessas crianças que me pronuncio, afinal sabemos que natal não é só presente. Existe um envolvente espiritual, o Nascimento de Jesus. Não deixemos que essas crianças percam de vista esse significado, que continue havendo paz na Terra aos homens de boa vontade.
O Bom Velhinho deve continuar a embalar nossos sonhos, nós crianças e adultos, tementes a Deus, homens de boa vontade, sempre voltados para os mandamentos do Pai, defensores dos dísticos que nos enlevem em direção ao próximo, na busca de um mundo mais justo.
Que nossos corações sejam iluminados pela luz eterna e benigna do Pai, que tenhamos a preocupação com o próximo, conjugando máximas como, bondade, caridade, amor, solidariedade, justiça.
A Bíblia nos diz: – Oh! Quão bom e agradável é viverem unidos os Irmãos, é como o óleo precioso, que desce sobre a cabeça e a barba de Aarão, que desce sobre os Montes de Sião e desce para gola de suas vestes. Ali ordena o Senhor a Sua bênção e a vida para sempre. Que assim seja!
*Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg.
Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.