Ocasos e ocaso
*Por Carlos Roberto Oliveira
O ocaso se manifesta de várias formas, nem sempre de forma poética, melancólica sim, como é o caso daquele espaço cuja finitude de seus dias de glória hoje contribuí para tornar uma área outrora de esplendor em um espaço extremamente desconcertante e, por que não dizer, constrangedor.
O outrora luxuoso e concorrido hotel, cujas serviços oferecidos eram referência, desde os aposentos ao restaurante e à área de lazer, com suas piscinas, incluindo-se discoteca e cinema, hoje como atrativo oferece sua entrada como um hall acolhendo pessoas desassistidas pela sorte, dormindo com sacolas de latas vazias ao lado e, normalmente, com uma garrafa de aguardente como regalo.
Por outro lado, e não longe, outro local deveras significativo para Foz do Iguaçu e sua história, onde, inclusive, muitos iguaçuenses vieram ao mundo e vivos permanecem graças às atividades que ali eram desenvolvidas e voltadas para a saúde, a Santa Casa Monsenhor Guilherme.
Como um triste ocaso, isto após um longo e lento período de agonia, e após a destruição total de sua edificação, eis que se resolve, como uma forma de consideração histórica, manter um pórtico para abrigar o memorial da entidade.
Menos mal, mas da Santa Casa Monsenhor Guilherme só ficarão lembranças e agradecimentos.
Em contrapartida, sempre restará, deslumbrante, o pôr do sol de Foz do Iguaçu como o ocaso que revigora, pela beleza e energia, sugerindo vida com qualidade.
Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramos de logística em Foz do Iguaçu