Cenas da vida real
*Por Carlos Roberto de Oliveira
Como nos velhos tempos, e passado um longo período de ausências, o que não faltou àqueles dois amigos, por ocasião de um reencontro casual, foram assuntos cujas abordagens prolongaram-se noite adentro.
Embora impactados por uma realidade confusa e repleta de incertezas, na qual a mediocridade não precisava se esforçar para manifestar-se, do diálogo que se sucedeu, o que prevaleceu foi o senso de humor, obviamente que acompanhado por umas loiras geladas que se prestavam ora para aquecer, ora para acalmar os ânimos de alguma polêmica.
E já em um momento de pensamento maior, como normalmente ocorre em situações como aquelas, um deles, com certo desdém, comentou que “vivemos hoje um mundo de rupturas”.
Colocação aquela que provocou uma imediata contestação do outro, por achá-la redundante, pois estamos sempre rompendo com algo, argumentava.
No caso dele, por exemplo, tão logo chegasse em casa, com certeza o casal de chihuahua tomaria seu espaço pelo menos por uns 30 dias.
Aquele tempo era o que Maria, sua mulher, estipulara,, há muito tempo, não só para eliminar o bafo de cerveja, como para romper o relacionamento… circunstancialmente, não definitivamente, pois ela não era tão radical.
E, como estratégia para continuar com aquele tipo de ruptura, não havia como não ter uma recaída em 30 dias, deixando-o à vontade para administrar seu relacionamento formal até a proximidade do final de ano, quando afinal tudo é festa. e esperança.
*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu