Uma jovem mulher
*Por Carlos Roberto de Oliveira
A vida é, às vezes, uma inspiração
Outras vezes, apenas uma ilusão
Se vivemos e não
Sabemos o porquê
Por que devemos, então,
viver…
Estes versinhos, singelos, partiram de uma jovem mulher beirando a maioridade e que, em uma linguagem poética, manifestou seu desencanto ante uma sociedade que apresenta respostas para tudo, menos para suas carências, que tinha em sua determinante a tentativa de fugir da alienação.
Resolvida em sua individualidade, e jamais abdicando de sua liberdade, cuja aquisição se deu pela busca de alternativas que justificassem o sentido da vida, frustrava-se, porém, ante a falta de discernimento e sensibilidade de quem, como se sentindo no direito de emitir juízo de valores, o fazia pela ação torpe da deturpação de tudo que representasse conquistas.
Fundamentalmente, inspiração e ilusão contrapondo-se, demonstravam, respectivamente, sua alegria pelas explorações bem-sucedidas no sentido de bem viver, e a frustração pela constatação de que suas conquistas feriam conceitos que encontravam amparo na indecência da hipocrisia.
E sob a tutela desta – a hipocrisia – Messalinas travestidas de beatas aceleram o processo de dar o ar da graça … de graça, embora há muito houvessem perdido a graça, tornando-se melancolicamente sem graça.
*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de Logistica em Foz do Iguaçu