Copa do Mundo no Qatar…
*Por Carlos Roberto de Oliveira
Próximo de um evento cuja notoriedade desperta interesse mundial – a Copa do Mundo de Futebol – e em um momento conturbado pelo qual o mundo passa, o que se observa é que o glamour do futebol não está mais no gramado e sim na ostentação.
A começar pelos estádios luxuosíssimos onde o conforto, para alguns privilegiados, vai do ar-condicionado dos camarotes à champagne e desta à culinária internacional.
E neste embalo, o Qatar, um país que, embora pequeno reconhecidamente é muito rico, transformou uma miragem em uma realidade paradisíaca, e inteligentemente escolheu um esporte, o futebol, mundialmente popularizado, para divulgar sua pujança e opulência.
Como estão longe ainda de representar uma força neste esporte, aproveitam-se, de forma inteligente e sutil, para passar ao mundo a imagem real de um país dinâmico e receptivo, onde modernidade e tradição se harmonizam, com uma clara intenção de divulgar um outro produto, além do gás natural e petróleo, e que com maestria também dominam, o turismo.
Enquanto isso, no Brasil nossos eruditos analistas de futebol, igualmente em espaços cujos cenários se revestem de um certo luxo, se preocupam com o esquema de jogo que será adotado pela seleção brasileira, discutindo qual será o melhor, se o 4-2-4, o 4-3-3 ou variando para um 4-4-2, isto sem falar da polêmica sobre a convocação de um atleta cuja idade já não corresponde às expectativas de um futebol moderno.
Quanto à magia do futebol, bem, esta vem se perdendo através dos tempos, sucumbindo-se às cifras do poderio econômico.
Com certeza, ao final do evento da Copa do Mundo, e com algum tipo de efeito especial, não faltará aquela original comemoração do vencedor manifestando o seu grito de “e campeão, é campeão”.
*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu