Sem Computador
*Por Carlos Galetti
Sim, estou sem computador. Imaginem a sensação de abandono, de perda, de desamparo. Nem imaginava que fosse tão dependente dessa máquina envolvente e, ao mesmo tempo, tão cerceadora.
O fato é que já vivi no século vinte e estou no 21, passei de passagem pela virada do milênio, indo ao encontro das modernidades criadas ao longo dessas viradas, tais como, games, os mais diversos, aviões que sobem na vertical, carros que estacionam sozinho, enfim as loucuras da modernidade.
Já experimentei o mundo menos tecnológico, sem internet, sem fluxo de tráfego de mensagens, sem os caminhos da fibra, pois fibra naquele tempo era somente a disposição para enfrentar os percalços.
Lembram-se dos gatos lá de casa? Aqueles onze peludos?
Pois bem, um dos bonitinhos mijou no meu computador. Estava fazendo um serviço no dito cujo, quando tocou a campainha e, de onde me encontrava vi que era um amigo do bairro. Fui atendê-lo, claro batemos um papo e quando voltei o fato estava consumado.
Toquei o toque de reunião, coloquei-os em forma, e iniciamos o interrogatório. Os xinguei, e não foi pouco, puxei pelos seus brios, falei de falta de consideração, de cuspir no prato que comem, enfim, só não elogiei as respectivas progenitoras.
Lá pelas tantas uma das princesas tomou a palavra; deixe que explique que são duas princesas, a princesa/princesa e a princesa/perninha. Foi a perninha que pediu pra falar, explicando que não entendia desses aparelhos modernos, que pensou que estaria brindando o aparelho, que a real intenção era agradar o chefe. Caí na conversa e encerramos a reunião.
A sina começou aí, pois tive que levar a máquina na empresa que nos presta este tipo de serviço, ouvir as gozações e constatar a gravidade do que aconteceu. O teclado havia sido bem prejudicado, seria menos mau se fosse um computador, mas tratava-se de um laptop.
O meu laptop ficou hospitalizado, está em exames para constatar se tem salvação. Até concordo que é um pouco antigo, mas já sofreu algumas revisões ao longo desse tempo, pois sabemos, fez o trabalho bem-feito, pronto, está novo.
Entretanto, a necessidade continua premente, há muitos trabalhos que desenvolvo no computador, por exemplo: – O Momento Espírita, aos domingos, em favor do Centro que frequento; O Texto do Blog do Vinícius; Palestras que faço nas entidades, tais como, Maçonaria, Exército; enfim, sou um grande dependente dessa maquininha infernal.
Enquanto não conserto o meu computador ou providencio seu enterro, vou usando o da minha amiguinha do trabalho, pois saiu a solução perfeita, a tarde ela usa, é quando precisa, e eu uso de manhã, no horário em que venho na empresa. Tá perfeito, mas ainda falta alguma coisa, acho que é o meu… computador.
Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg.
Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.