Situações que abrem a mente…
*Por Carlos Roberto de Oliveira
Passados os dias festivos, tanto para pagãos como para teístas, e voltando à normalidade de uma realidade onde os devaneios, para ambas as correntes, daqueles que creem ou não, encontram na alienação seus insumos para enfrentá-la, a sensação que fica outra não é senão um imenso vazio.
E desta situação, comportamentos os mais inesperados acontecem como, por exemplo, o de um cidadão que falava consigo mesmo e, em voz alta, demonstrava toda uma dor misturada com uma certa revolta.
Não havia como não se sensibilizar ante a espontaneidade do lamento.
Instintivamente, não com desdém, mas com uma certa indiferença, e mais pela curiosidade, virou-se em direção àquela pessoa que conversava com ela mesma, oportunidade em que sem esperar, dela ouviu algumas colocações nada amistosas como, “algum problema”? ou “te conheço, por acaso, para ficar me olhando
Relevando a reação, e sem dar importância ao fato, seguiu seu caminho quando, de repente, se viu questionado por alguém que igualmente ao com ele se cruzar perguntou-lhe, educadamente, se estava passando bem?
Foi quando se deu conta de que também estava a falar sozinho.
Entre surpreso e meio constrangido, e como tentando se auto justificar, comentou consigo mesmo, não, não estou me tornando paranoico, deve ser alguma confusão mental a cobrar a consciência.
Não se contendo, porém, e às gargalhadas, voltou-se para seu interlocutor e retrucando-o, sugeriu-lhe o seguinte: amigo, tente falar consigo mesmo e verás o quanto tens por aprender?
*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu.