A saga dos “gringos” na fronteira com a Argentina
Por Cris Loose especial para o Não Viu?
A movimentação e a fila para o registro de entrada ou saída do Brasil, na manhã deste sábado (11), chamaram a atenção de quem cruzou a fronteira com a Argentina.
Vários ônibus aguardavam no estacionamento da aduana brasileira e muitos turistas esperavam em pé, na enorme fila formada para atender quem entrava e quem saía do país (além dos argentinos voltando das férias, turistas de vários continentes).
Tudo isso porque:
- – Entrada e saída de estrangeiros estão concentradas no mesmo local, na mesma fila;
- – Argentinos que vêm a Foz e voltam no mesmo dia, não precisam passar pela “migra”. Agora, caso passem a noite por aqui, devem deixar registrado. O mesmo ocorre com brasileiros que vão para Puerto Iguazú ou para as Cataratas, na Argentina;
- – Para moradores do Mercosul, a documentação pode ser preenchida pela internet o que, na teoria, por meio de um código QR, desburocratizaria o processo na Aduana. Porém, a alternativa é pouco conhecida e, de acordo com alguns trabalhadores do setor do turismo, não ajuda em nada, já que ainda é necessário carimbar os passaportes, além de outros entraves;
- – O estrangeiro de fora do Mercosul que está hospedado em Foz e pretende passar o dia do lado de lá da fronteira e voltar para o Brasil, por exemplo, também precisa passar pela “migra”. Ou seja: nada de “corredor turístico” até agora. Anteriormente, o processo era diferente e isso facilitava a movimentação na região, uma vez que não era preciso carimbar o passaporte e os nomes ficavam anotados em um manifesto;
- – O orçamento da Polícia Federal, órgão responsável pelo registro de entrada e de saída no país, diminuiu e junto com ele também diminuiu o número de terceirizados. Hoje, até os Policiais Federais atuam na migração, tentando melhorar o atendimento;
- – Além disso, o Brasil ainda exige dos estrangeiros que entram no país via fronteira terrestre, a apresentação da carteira de vacinação e isso ajuda a deixar o processo mais lento. A Portaria vale desde o ano passado;
- – Para fechar o combo, o movimento sentido Argentina está maior, já que muitos brasileiros vão até lá para abastecer os veículos e para fazer compras nos mercados.
Somando todos os fatores e considerando também o controle na aduana da Argentina, a fila pode demorar até três horas. Para quem está “turistando” pode não ser problema.
Mas para os locais e para os trabalhadores do turismo, representa um atraso imenso.
PS – Solicitei informações sobre os procedimentos na aduana, mas até a publicação desta matéria a Delegacia da PF em Foz não tinha enviado resposta.
@crisloosecompartilha