*Por Carlos Roberto de Oliveira
O velho Pedro, cuja preocupação com a idade é nenhuma, como todo cidadão que se preza procura manter sua inserção social aproveitando-se de uma alternativa de lazer que bem poderia se caracterizar, quanto à sua constituição, como público privada: a Feirinha da JK nas manhãs de domingo.
Invariavelmente, lá sempre encontra alguns amigos de um tempo outro, ocasião em que juntos colocam seus assuntos em dia.
E, reunido o grupo, a resenha corre solta, não sem deixar de registrar que sempre há aquele que é contra tudo e todos, e, para variar, um deles questionando a presença em grande número de cães que, em sua visão, deveriam ter um local apropriado para transitar. E não satisfeito, também reclamava que o som do alto falante era muito alto, o que igualmente prejudicava outras atividades musicais.
Até que um deles, mudando de conversa, lembrou-se do Aristides, igualmente integrante do grupo.
Que tem ele? perguntou intrigado o velho Pedro.
Não sabes? Se casou.
Foi quando, por uma dessas situações irônicas, próximo do grupo, aboletados em uma pequena mesa, um casal conversava calmamente.
Foi aí que adveio a surpresa quando, com uma voz suave, uma mulher ao se dirigir ao companheiro, disse-lhe “Mor, traga um pastel de queijo e um caldo de cana”!
Aquela voz despertou em um integrante do grupo uma manifestação de surpresa, pois conhecia aquela voz, era de sua ex-mulher, de quem tinha recém se separado.
Sem drama, só comentou com o grupo: “pobre Aristides, não sabe o que o espera”.
*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu