A polêmica continua em Ciudad del Este: depois de alguns desmentirem, outros comerciantes confirmam que pagam para que a fiscalização não venha a suas lojas.
A propina é para evitar que sejam feitas buscas nos estabelecimentos, atrás de produtos pirateados de marcas famosas.
O esquema envolve fiscais e advogados da região, que cobram uma quota mensal dos lojistas que vendem produtos falsificados, informa o jornal Vanguardia, na edição on-line desta quarta (25).
Os comerciantes chegaram a identificar alguns destes fiscais e advogados e calculam que o pagamento mensal chega a US$ 400 mil, metade dos quais vai para os fiscais de marcas (os que recebem justamente para garantir que só estejam à venda produtos de fabricação legal).
Ao Vanguardia, comerciantes disseram que, se alguém se nega a pagar a taxa mensal, em poucos dias chegam fiscais de marcas nas suas lojas.
Há, inclusive, uma gravação que mostra um comerciante árabe dizendo a um fiscal que a busca em seu estabelecimento era porque tinha deixado de pagar a “proteção” de US$ 1.000.
Só não são feitas denúncias oficiais, segundo o Vanguardia, porque os próprios comerciantes estão cometendo infrações à lei, já que vendem produtos falsificados.
As mercadorias falsificadas são provenientes da China e chegam a Ciudad del Este em aviões cargueiros. A cada semana chegam 200 toneladas de produtos como eletrônicos, cosméticos e vestimentas, entre outros, diz o Vanguardia.
A fiscalização no comércio foi retomada em junho, por coincidência depois de queixas e pressões de advogados de Alto Paraná, conclui o Vanguardia.