Ninguém a conhecia pelo nome, embora não fosse difícil sabê-lo, afinal Zefa é uma forma sincopada de Josefa, e este seu nome verdadeiro.
Carismática, Josefa, ou Zefa, emanava uma energia que tinha na meiguice de suas palavras e na doçura do olhar um magnetismo que a enriquecia em sua forma de se manifestar, serena e humildemente, porém sem subserviência.
Aos 83 anos, o que mais valorizava era o momento que vivia, sem lamentação, embora com ressalvas.
Despojada de qualquer soberba, sua espontaneidade não deixava margem a qualquer dúvida quanto a seus sentimentos, expondo-os com naturalidade e sem dissimulação.
Solidária consigo mesma, trazia essa força da criança que sempre a acompanhou em sua forma de ser.
E pelo viés infantil, às pessoas que a acompanham sempre as alerta dizendo que a vida é um pouco mais daquilo que se oferece, pois nem tudo é o que parece.
Espirituosa, comentava com as amigas, poucas, mas fieis, qual a razão de tantas luzes e efeitos especiais em períodos que antecedem o Natal? E pior, por que a insistência com os trenós e renas em um país tropical, e que dizem abençoado por Deus?
E complementando, acrescentou, afinal a Lapônia é longe, e o clima nem passa perto de São Joaquim ou Urubici, em Santa Catarina, as quais neste quesito perdem feio para as regiões da Lapônia, e olha que lá não são cidades, mas países, e faz muito frio em todos eles.
Ah, mas e os presentes?
Porque a preocupação, não muda nada, é só começar a orar para recebê-los.
Por Carlos Roberto de Oliveira, empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu