Depois de quase dizimadas na região do Parque Nacional do Iguaçu, no Brasil, e do Parque Nacional del Iguazú, na Argentina, a população de onças-pintadas vem se mantendo estável nas duas unidades de conservação, separadas pelo Rio Iguaçu e as Cataratas do Iguaçu.
É o que revela o resultado de um censo de 2022, divulgado no último sábado (03), que indicou uma estimativa média, com 95% de certeza, de que existem, atualmente, 93 onças-pintadas (entre 73 e 122) no Corredor Verde de Argentina e Brasil.
Segundo o levantamento, no Parque Nacional do Iguaçu, no Brasil, no entanto, o número médio de onças vivendo na área é de 25 animais (entre 19 e 33).
O estudo, realizado pelos projetos Yaguareté (Argentina) e Onças do Iguaçu (Brasil), é o maior dos últimos 20 anos, com 224 pontos de amostragem nos dois países (72 no Brasil e 152 na Argentina) e abrangeu uma área de 582.123 hectares, avaliados por 450 mil imagens.
Porém, embora o resultado seja positivo, é preciso levar em consideração que, entre 1990 e 1995, estimava-se que a região abrigava entre 400 e 800 onças-pintadas.
Mas, no final dessa década, essa população apresentou um declínio alarmante, e a estimativa, em 2005, era de que em toda a área do Corredor Verde vivessem apenas cerca de 40 onças-pintadas, um cenário desanimador e preocupante.
No Parque Nacional do Iguaçu, por exemplo, em 2009, restavam entre 9 e 11 onças-pintadas, e a espécie estava perto da extinção no local.