Adolescentes que atiraram em colegas na sala de aula contam o motivo

Pânico e incredulidade: ataque na escola deixa perplexos pais, professores e alunos. Foto: Guia Medianeira

Um aluno atirou, mas outro também fazia parte do plano para matar ou pelo menos ferir colegas dentro da sala de aula do Colégio Mondrone, em Medianeira.

Os dois alunos foram detidos pela Polícia Militar, após um deles efetuar disparos contra os colegas com uma arma calibre 22, antiga, que pertencia ao pai dele.

O Guia Medianeira conversou com os dois estudantes detidos, que tentaram justificar a ação: foi por bullying, que sofriam desde 2013.

Eles contaram que o plano era entrar na sala, retirar os alunos que não participavam do bullying e, depois de jogar uma bomba caseira, que prepararam com bombinhas e álcool, efetuar os disparos.

O segundo estudante, que portava uma faca, disse que ficou sem ação quando o outro atirou nos alunos e não atacou ninguém.

Quando a Polícia Militar chegou ao colégio, o atirador contou à reportagem do Guia Medianeira que fez alguns disparos aleatórios em direção aos policiais, mas apenas para gastar a munição.

Eles se entregaram e foram levados à delegacia, enquanto as duas vítimas foram encaminhadas ao Hospital e Maternidade Nossa Senhora da Luz.

Um dos estudantes levou um tiro na coxa direita e outro na região lombarl. Veja abaixo o que diz o pai dele.

Vídeos

Um dos alunos que atacou os colegas gravou vídeos em que, a caminho da escola, culpa os autores do bullying pelo que iria acontecer na sala de aula.

Há ainda um vídeo que mostra o desespero dos estudantes, quando ocorre o tiroteio, que saem em disparada da escola, sem entender o que estava acontecendo.

No Jornal do Meio-Dia, da RPC, professores e a direção da escola disseram que o autor dos tiros era considerado bom aluno, que tinha sempre notas altas.

Pai da vítima

O pai do menino que levou um tiro nas costas gravou um vídeo para falar da situação. Ele diz que o garoto não ficará com sequelas do tiro, porque a bala não transfixou a medula, como se pensava anteriormente.

Mas a cirurgia é complexa, disse, e pede orações pelo menino para que não haja complicações.

O menino está à espera de uma vaga num hospital de Curitiba ou mesmo se será encaminhado a um hospital de Curitiba.

O pai contou ainda que o menino não era um dos alvos dos atacantes. Era pra ele ter saído da sala antes dos tiros, mas ficou porque não quis abandonar os colegas.

Repercussão

O assunto ganhou dimensão nacional, pelo fato de ocorrer por aqui uma situação de que só se ouvia falar que acontece em escolas dos Estados Unidos (talvez o caso mais famoso seja o de Columbine).

Na GloboNews, o caso foi tema de um debate no programa Estúdio I. A conclusão é que o assunto precisa ser analisado por especialistas, já que, embora eles aleguem ser vítimas de bullying, a reação seria desproporcional às possíveis brincadeiras de mau gosto de que eram vítimas.

 

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