“Não é justo que 95% dos que não usam aviões tenham que pagar para que a Aerolíneas funcione”, disse o presidente da Argentina, Mauricio Macri, sinalizando que a intenção do governo é privatizar – ou fechar – a empresa aérea.
A manifestação do presidente foi nesta quinta, 8, quando sindicatos de aeroviários fizeram uma paralisação da Aerolíneas e da Austral, prejudicando aeroportos de todo o país, inclusive o de Puerto Iguazú. Eles querem reajuste de salários.
O ministro de Transporte argentino, Guillermo Dietrich, considerou a situação “incrível”. “O governo argentino faz um grande esforço para acompanhar neste momento a Aerolíneas Argentinas, cujos números estão no vermelho, como sempre nos últimos anos, e vínhamos conseguindo reduzir.”
A situação da empresa aérea se agravou, disse ainda, porque “o preço do petróleo aumentou, a desvalorização (do peso) impactou e há menos argentinos voando para o exterior”.
De outro lado, os sindicatos dos empregados da Aerolíneas dizem que o governo está repassando rotas da Aerolíneas para empresas aéreas privadas, para justificar até o fechamento da estatal.
Dizem, por exemplo, que a Latam foi beneficiada com rotas internacionais, e que desde 2016 manda mais passageiros ao exterior que a Aerolíneas.
Já o governo diz que a Aerolíneas cada vez mais exige recursos para financiar sua operação. “Os argentinos temos que pôr dinheiro todos os meses para que ela funcione”, disse o presidente Macri, lembrando que só 5% dos habitantes do país utilizam avião.
Só no mês passado, o governo teve que repassar à Aerolíneas Argentinas 1 bilhão de pesos (R$ 105 milhões) para cobrir os custos.
A greve dos aeroviários terminou ainda ontem, quinta, e os voos voltaram ao normal em todo o país.