Aeroporto de Ciudad del Este não tem fiscalização nem controle, denuncia relatório internacional

Aeroporto Guarani: isolado e sem controle. Foto: Google Earth

O crime organizado movimenta mais de US$ 43 bilhões por ano na tríplice fronteira, diz o relatório divulgado pelo Counter Extremism Project (projeto contra o extremismo), uma instituição não governamental com sede nos Estados Unidos.

O documento voltou a ser assunto na imprensa paraguaia. O jornal Última Hora traz neste sábado uma matéria sobre o assunto, abordando especificamente a situação do aeroporto Guarani, de Ciudad del Este.

O relatório aponta que as condições do aeroporto facilitam a ação de contrabandistas, já que as cargas que chegam ao terminal não passam por qualquer fiscalização ou controle.

Além de denunciar que Ciudad del Este é o núcleo do comércio ilícito na região das três fronteiras e centro de lavagem de dinheiro, o documento afirma que o aeroporto da cidade recebe cargas de “conteúdo desconhecido”, que são na maior parte enviadas ao Brasil.

Ciudad del Este: núcleo do comércio ilícito da região, diz o relatório. Foto: Google Earth

Segundo o relatório, o aeroporto é muito isolado, recebe pouquíssimos voos e não tem qualquer segurança, nem sequer câmeras de vigilância. “Nenhum policial, que deveria estar encarregado das tarefas domésticas, como o controle do contrabando, foi visto”, diz o relatório.Um funcionário do aeroporto confirmou aos autores do relatório, Vanessa Neumann e Stuart Page, que o terminal recebe aviões de carga da China “com conteúdo desconhecido, 99% da qual é enviada para o Brasil através de Ciudad del Este e Foz do Iguaçu”.

“Nossa equipe de observação viu um desses aviões (um Boeing 747). Estava longe do terminal. Dois aviões semelhantes a cada semana pousam no aeroporto de Guarani: um da China e outro de Dubai”, continua o relatório. Os aviões também são usados para devolver contrabando e enviar dinheiro à Ásia.

O documento também comenta sobre a fábrica de cigarros Tabesa, do presidente Horacio Cartes, que funciona perto da fronteira. As caixas de cigarros saem da fábrica à noite, envoltas em plásticos pretos.

O artigo comenta que a Tríplice Fronteira tornou-se um centro regional de ligações criminosas, em que políticos corruptos trabalham com os cartéis de drogas na Bolívia, Colômbia, México e Brasil, bem como com grupos de crime organizado na China.

Leia no original o documento “The Many Criminal Heads of the Golden Hydra” (as muitas cabeças criminosas da hidra dourada): https://goo.gl/BnRNLc

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