Aeroporto de Foz: é preciso evitar equívocos enquanto está fora das privatizações

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, anunciou em sua posse, dia 1, que 12 aeroportos administrados pela estatal Infraero serão privatizados, no Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

Esta lista exclui o Sul, portanto, o aeroporto de Foz do Iguaçu permanece com a Infraero. Ainda bem! A empresa está executando uma série de reformas e o aeroporto ainda precisa de uma pista paralela à atual – não incluída nas obras – para se tornar o “hub” do Mercosul.

O projeto do novo sistema de pistas, inclusive, já está pronto. A nova pista de pouso e decolagem liberaria a pista atual para taxiagem dos aviões, condição importante para o aeroporto receber aviões de grande porte, em maior número.

Mas o governador Ratinho Jr. quer apressar a privatização de aeroportos também no Paraná. Mas em escalas. Ele disse que vai negociar com o governo federal para que repasse ao Estado a administração dos aeroportos de Foz e de Londrina (também da Infraero).

Ratinho Jr disse que vai conversar com o poderoso ministro da Economia, Paulo Guedes, para que o governo do Estado assuma funções que afetam o desenvolvimento do Paraná, como portos, rodovias e aeroportos.

Em relação aos dois aeroportos, Londrina e Foz, Ratinho Jr pretende que o Estado assuma a função administrativa e, com isso, possa fazer “uma concessão para a modernização”.

Londrina, pode ser. Mas no caso de Foz do Iguaçu é diferente. A transferência de funções ao Estado poderia prejudicar o que já foi conquistado, em obras de reforma e ampliações, e reduzir a chance de o aeroporto conquistar a segunda pista.

Foz é sinônimo de turismo, inclusive internacional. E, pra receber mais turistas externos,  a conectividade aérea internacional depende de um sistema de pistas e de um terminal à altura dessa importância.

Além do mais, a transferência ao aeroporto seria um processo demorado e, enquanto isso, poderia interromper o que está sendo feito. O Estado, no passado, já assumiu rodovias e, exatamente por isto, o Paraná tem hoje os pedágios mais caros do Brasil. Não é boa tática.

É claro que a intenção de Ratinho Jr é boa, já que quer colocar o Paraná na vanguarda das novas políticas.

Mas administrar aeroportos aumentaria as responsabilidades do governo paranaense, que já são muitas. Além do mais, o governador pode contribuir muito se conseguir que o governo federal assuma a construção da segunda pista do terminal de Foz do Iguaçu.

Em Foz, o aeroporto não é atualmente a grande preocupação.

O que os moradores temem é que seja paralisada a construção do viaduto da BR-277, obra que, afinal, foi assinada por sua antecessora, Cida Borghetti. Ratinho Jr deve tranquilizar os iguaçuenses sobre isso.

Outra preocupação grande na fronteira é se de fato vão sair as obras da segunda ponte e da Perimetral Leste, já que, oficialmente, o presidente Bolsonaro não se posicionou. Ratinho Jr pode ter um papel importante também aqui.

Ratinho Jr pode desfazer o grande erro de Beto Richa, que desestimulou voos no Paraná ao aumentar o ICMS do querosene pra níveis escorchantes.

Já em relação aos aeroportos e voos no Paraná, o novo governador pode contribuir de forma direta, reduzindo a tarifa do querosene de aviação, que o ex-governador Beto Richa elevou às alturas, o que fez as companhias aéreas cancelarem e reduzirem voos no Paraná inteiro.

Quanto à privatização dos aeroportos, que venha com calma. Parece que o ministro da Infraestrutura já elegeu os alvos prioritários, naquelas três regiões do Brasil. Quando for a vez do Sul, é provável que o aeroporto de Foz esteja concluído conforme se planejou.

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