Viver é perigoso! Ainda mais em região sujeita também a doenças tropicais, como Foz do Iguaçu.
Depois das duas mortes por dengue, as primeiras no Paraná este ano, Foz registra o primeiro caso de malária autóctone, isto é, contraída na própria cidade, após sete anos sem registro da doença.
O paciente ficou internado oito dias, em março, mas só agora o caso foi confirmado como malária.
Na pesca
A suspeita é que o paciente, um agricultor de 51 anos, tenha contraído a doença enquanto pescava na região do Porto de Areia, às margens do Rio Iguaçu, no sul de Foz. Logo em seguida ele sentiu os sintomas da doença, como febre, calafrios e dores no corpo.
Depois da confirmação do caso, equipes da Vigilância Epidemiológica e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realizaram uma busca ativa, tentando localizar potenciais criadores do mosquito Anopheles, que transmite a doença, e a busca de outras pessoas com sintomas sugestivos de malária.
Um questionário foi aplicado com 90 moradores daquela região. Destes, 21 disseram ter apresentado algum sintoma da doença.
Equipes da Vigilância Epidemiológica estão fazendo agora o processo de coleta de material para investigação.
“Essa coleta é para identificarmos novos casos. Dando positivo, é preciso fazer o tratamento de forma adequada. Apesar de ser um tratamento simples, feito com comprimidos, é preciso o diagnostico correto. Não existe vacina contra malária, mas se o tratamento adequado não for feito, o caso pode avançar para óbito”, ressalta a enfermeira Mara Rípole, da Vigilância Epidemilógica, que também está em campo coletando o sangue dos moradores.
Números
De janeiro até agora, seis casos de malária foram notificados no município, mas apenas dois foram confirmados, sendo um autóctone e outro importado da Amazônia. Os demais foram descartados.
Em 2007 a cidade viveu um surto da doença, com 44 casos positivos. Os últimos casos de malária autóctones foram registrados em 2011, com três confirmações da doença.
Transmissão
Os sintomas da malária se assemelham aos da dengue: febre alta, calafrios, palidez, cansaço, falta de apetite e dores na cabeça e em outras regiões do corpo.
A transmissão ocorre após picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por protozoários do gênero Plasmodium. A transmissão da malária também pode ocorrer por transfusão de sangue contaminado, através da placenta (congênita) para o feto e por meio de seringas infectadas.
A prevenção consiste em evitar picadas do mosquito, fazendo o uso de repelentes, calças e camisas de manga longa, principalmente no período de fim da tarde e início da noite, e evitar banhos em lagos e rios ou expor-se a águas paradas ao anoitecer e ao amanhecer, horários em que os mosquitos mais atacam.