Ah, a rotina…

E a opção era apelar para o romantismo que, geralmente, era logo rechaçado

Foto ilustrativa: Pixabay

Ah, a rotina…

*Por Carlos Roberto de Oliveira
Dentre as alternativas para fugir da rotina do cotidiano, e sem aquela de inventar moda, a que mais o atraia, e que jamais admitia ser uma delas, era a do convívio com o pessoal do boteco.

E tinha lá suas razões, embora dentro de uma visão, no mínimo, egoística, porém que o amparava, servindo-lhe de justificativa para quando do retorno ao lar, especialmente quando seu estado de “ânimo” manifestava uma alegria maior e condicionado que estava pelo que chamava de alforria da prisão domiciliar, algum tipo de dificuldade encontraria.

E normalmente nessas ocasiões, necessário e indispensável que se armasse uma estratégia que facilitasse a aproximação com a companheira, pois a recepção nem sempre era, digamos, amistosa.

E a opção era apelar para o romantismo que, geralmente, era logo rechaçado.
– Pode parar, nem adianta tentar, olha o jeito que você se encontra.
– Mas, amor…
– Não tem amor e nem nada, vá tomar uma ducha e vê se te aquieta.

No outro dia, trazendo como resquício uma dor de cabeça infernal e a boca seca, reunindo toda sua energia, vira-se para a mulher e diz, amor, que tal irmos visitar sua mãe?

E, como resposta, recebeu um sonoro “hipócrita!”

Ah, como seria bom quebrar aquela rotina.

*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu

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