Como já é rotina, Itaipu fecha o ano com uma produção excepcional. Não é recorde, mas é a quarta maior geração anual de sua história.
No ano, ainda, Itaipu atingiu a marca de 2,6 bilhões de megawatts-horas de energia acumulada desde o início da operação, em maio de 1984.
Ainda na área de energia, mais um feito fundamental: o início do processo de atualização tecnológica das unidades geradoras.
E, ainda pra fazer história, foi assinado em Itaipu, entre os governos do Brasil e do Paraguai, o acordo para a construção de duas pontes e da Perimetral Leste.
Ah, tem ainda o recorde de visitação à usina, que pela primeira vez superou a barreira do 1 milhão, desde que abriu as portas para visitas, em 1977.
“É uma retrospectiva de bons resultados”, diz o diretor-geral brasileiro, Marcos Stamm. Foi um ano de iniciar vários projetos importantes e colocar em prática desafios que vão ajudar a colocar Itaipu num outro patamar, tanto no seu próprio negócio, de geração, como de ajudar Brasil e Paraguai em obras estruturantes para a toda a América Latina”.
É claro que não dá pra esquecer do apoio de Itaipu a toda a região Oeste do Paraná. No governo de Michel Temer, Itaipu aumentou sua área de atuação de 29 para 54 municípios do Oeste, que agora também são contemplados com obras importantes, especialmente aquelas que estão incluídas na sustentabilidade da região.
As pontes
Claro que a histórica assinatura dos presidentes Michel Temer e Mario Abdo Benítez, em 17 de dezembro, que assegura a construção da segunda ponte para o Paraguai, aqui em Foz (ligando a Presidente Franco) e mais a ponte entre Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, e a cidade paraguaia de Carmelo Peralta, merece um destaque à parte.
As pontes serão financiadas pela Itaipu, com aval da Advocacia-Geral da União (AGU). Segundo a AGU, “as duas obras fazem parte de acordos internacionais celebrados entre os dois países, mas ainda não foram realizadas em razão de restrições orçamentárias”.
Ainda de acordo com a AGU, a construção das pontes está “em consonância com os atos constitutivos da Itaipu Binacional, que admitem claramente a possibilidade de realizar projetos com vistas a desenvolver infraestruturas não diretamente relacionadas às instalações da organização, mas relacionadas ao bem-estar da comunidade local e ao desenvolvimento regional, de modo que tanto a segunda (em Foz) quanto a terceira ponte (no Mato Grosso do Sul) em questão estariam abarcadas em suas diretrizes e objetivos estratégicos”.
O parecer da AGU era o último detalhe jurídico que faltava para que os presidentes do Brasil e do Paraguai pudessem assinar a autorização para a obra. Ainda em relação ao parecer, o documento observa que a Eletrobras, holding da qual faz parte Itaipu Binacional, no lado brasileiro, “deu aval para a operação, desde que não implicasse aumento das tarifas de energia, o que já foi descartado pela binacional”, e desde que Itaipu, ainda, “não reduza os royalties que repassa à União”.
As obras não devem onerar o custo da energia comercializado pela hidrelétrica binacional, pois a tarifa de Itaipu está congelada em dólar e não há previsão de reajuste.
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Marcos Stamm, afirma que o financiamento das pontes pela usina “vai desonerar o Tesouro, sem nenhum custo adicional para o consumidor de energia”.
O custo
O custo total previsto para essas duas pontes é de US$ 270 milhões, pouco mais de R$ 1 bilhão, investidos ao longo dos próximos dois anos e meio a três anos, prazo também previsto para a conclusão das obras.
Pelo que foi acordado entre os dois governos e pela diretoria de Itaipu, a parte paraguaia da usina financiará a construção da ponte no Mato Grosso do Sul e a margem brasileira entrará com recursos para a ponte em Foz do Iguaçu. Agora, os projetos devem ficar a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit). Os procedimentos para a construção devem ser iniciados já a partir do ano que vem.
Para Marcos Stamm, “com a construção das pontes, a usina de Itaipu estará investindo em duas importantes obras de infraestrutura, consideradas fundamentais e estruturantes para os países vizinhos, o que virá facilitar o comércio e a segurança na região de fronteira”. Ele lembra que “Itaipu tem um compromisso histórico com a região, principalmente em relação à área alagada”.
Segunda ponte
A segunda ponte entre Foz do Iguaçu e o Paraguai irá aliviar o trânsito de veículos pesados da Ponte Internacional da Amizade.
Com a ligação a Presidente Franco, a Ponte Internacional da Amizade ficará exclusiva para veículos leves e ônibus de turismo, o que vai dificultar também a entrada de contrabando nos dois lados da fronteira.
Além disso, a segunda ponte permitirá a ligação entre a Rodovia das Cataratas e a BR-277 pela Perimetral Leste, por onde também trafegarão os veículos pesados que circulam entre Foz e a Argentina.
O presidente Mario Abdo Benítez, em sua visita como presidente eleito ao Brasil, disse ao presidente Michel Temer que “é inaceitável que, com todo o comércio e oportunidades que temos juntos, tenhamos apenas uma ponte”, a da Amizade, construída há 53 anos.
Se você chegou até aqui, será premiado com o vídeo de “Feliz 2019”, produzido pela Comunicação Social de Itaipu.