Aos amigos que partem

"Continuo procurando entender a vida (um dia vou conseguir) e encarar aquilo que chamamos perda dos entes"

Foto: Pixabay

AOS AMIGOS QUE PARTEM

*Por Carlos Galetti

Tenho 66 anos, acho uma idade até legal.

Sempre gostei de números dobrados, assim lembro dos 11, 22, 33, 44, 55 e agora 66. Algumas vezes me pego perguntando se dobrarei o próximo, não me importo, minha religião me prepara pra isso.

Sempre procuro escrever sobre coisas engraçadas, é do meu feitio, sou bem humorado, é tão bom sorrir e menos trabalhoso; segundo estudos, para sorrir se empenha menos músculos da face que para fazer cara feia.

O poeta Mário de Andrade já havia dito que vivi mais do que tenho pra viver.

Normal nessa fase da vida estarmos mais emotivos e, em contra posição, é a fase em que os amigos e parentes começam a partir. Ficamos mais sorumbáticos.

Ou melhor, os outros ficam, continuo procurando entender a vida (um dia vou conseguir) e encarar, da forma o mais amena possível, aquilo que chamamos perda dos entes queridos.

Essa semana perdi o amigo Zelinski, aqueles que o conheceram, foi Comandante do Batalhão da PM, um homem probo, bom amigo, exemplo de cidadão.

A última vez que nos vimos foi na Igreja Ceifa, no batizado da minha neta e do neto dele. Foi um dia que passei com pessoas especiais, com quem eu gostaria de dividir aquele momento.

Assim muitos amigos partiram ou passaram para o outro lado, como explica a doutrina espírita que pratico.

Choramos, é claro, a saudade, pois não os teremos sempre, de maneira constante, mas só passaram para o Plano Espiritual, enquanto nós continuamos aqui, nesse plano material, purgando nossos erros e desacertos.

Quando partimos, deixamos o nosso legado, sejamos ricos ou pobres, bonitos ou feios, da raça que for.

Deixamos nossos bons exemplos, os valores que praticamos, as lições que vivenciamos com os demais.

Senhor! Fazei-me instrumento de Vossa Fé. (Oração de São Francisco).

*Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg. 

Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.

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