Argentinos defenderão com “unhas e dentes” o Parque Nacional do Iguaçu

 

Manifestantes argentinos. Foto: La Voz de Cataratas

Moradores e lideranças de Porto Iguaçu, na Argentina, decidiram, em uma assembleia realizada ontem (03), convocar um manifesto contra o projeto que prevê a licitação de áreas para investimentos em turismo, dentro do Parque Nacional do Iguaçu.

A manifestação está marcada para esta quarta-feira, a partir das 8h, no acesso as Cataratas do Iguaçu. Vão ser distribuídos folhetos com informações sobre o projeto, é o informa o jornal La Voz de Cataratas.

Para José Barrios, integrante da fundação Amigos dos Parques, o pernoite de turistas dentro do parque poderá acabar com todo o processo de recuperação da selva. Ele disse que foi informado que o projeto continua em andamento e que agora, em fevereiro, as obras serão licitadas.

A fundação garantiu que não é contra as melhorias nas instalações já existentes no Parque Nacional, mas não concorda que os turistas possam passar a noite no interior da Unidade. “Por causa disso, pensando na nossa população, vamos defender com unhas e dentes o Parque Nacional do Iguaçu”, garantiu.

Os moradores continuam resistindo ao projeto do governo que pretende buscar investimentos para o setor de turismo, dentro da área onde estão as Cataratas, declaradas em 2011, uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo.

A proposta prevê uma série de negócios imobiliários que beneficiaria determinados grupos de empresários e vem sendo denunciada por ambientalistas que acreditam que ela não contempla os cuidados com o entorno natural e com a infraestrutura de Porto Iguaçu.

As manifestações começaram em 4 de dezembro, quando o secretário de Turismo, Gustavo Santos, e o secretário de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Sergio Bergman, apresentaram o “Programa Oportunidades Naturais”, com o objetivo de atrair investimentos provados para o desenvolvimento de serviços turísticos em áreas naturais protegidas, na Argentina.

São 37 “oportunidades” identificadas pelo governo, para o desenvolvimento de atividades turísticas dentro dos Parques Naturais, que chamaram a atenção de investidores estrangeiros. As Cataratas representam uma dessas oportunidades, onde há a possibilidade de investir em serviços de “glamping”, hotelaria e restaurantes, em uma área de 12 hectares.

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