Árvores só fazem bem. Mas plantio em cidade deve ser bem planejado

Toledo, o exemplo de arborização planejado. Foto: Fabio Ulsenheimer AEN)

O Não Viu? já falou de árvores que despencam, de árvores que são arrancadas pela Prefeitura por qualquer motivo. E não falou, mas há também muito plantio de árvores em Foz do Iguaçu, nos novos loteamentos. Mas será que seguem critérios técnicos?

O governo do Estado informou que, desde 2012, 158 municípios executaram planos de arborização urbana, depois de gestores participarem de um curso oferecido pela Secretaria do Desenvolvimento Urbano, em parceria com o Instituto Ambiental do Paraná, Copel e Ministério Público do Paraná.

Não se sabe se gestores de Foz participaram, mas na matéria distribuída pela Agência Estadual de Notícias o município de Toledo é citado como um dos bons exemplos. A cidade tem mais de 106 mil árvores, de 93 espécies diferentes.

Paulo Jorge Silva de Oliveira, engenheiro florestal da prefeitura, explica que, depois da execução do plano, foi feito o plantio de cerca de 15 mil novas árvores, tudo de acordo com as características de cada bairro, a convivência com a fiação elétrica e respeitando a escolha de espécies mais indicadas.

Em Toledo, havia mais de 6 mil árvores da espécie Falsa Murta, não indicada para a arborização urbana porque pode causa alergia nas pessoas. Depois do plano, cerca de 2 mil árvores de Falsa Murta já foram substituídas.

O engenheiro florestal de Toledo diz que, no curso, “a gente pode se inteirar não só da legislação, mas também das vantagens que a arborização urbana proporciona. Toledo está avançando e os benefícios já são sentidos pela população, desde o controle térmico e o embelezamento da cidade até a valorização dos imóveis”.

Vantagens

Resumindo: a presença de árvores nas cidades traz benefícios estéticos, contribuindo para melhorar o cenário urbano, para amenizar microclimas, reduzir a poluição, interceptar a água da chuva, além de servir de refúgio para a fauna. Há também benefício socioeconômico, com a valorização de imóveis.

O engenheiro florestal José Volnei Bisognin, do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), um dos ministrantes do curso, diz que para haver todos esses benefícios é preciso planejamento.

“A arborização de vias quando mal planejada, pode acarretar a dificuldade de circulação de pessoas, o entupimento de encanamentos pluviais, problemas na fiação elétrica e na segurança. O plano é um levantamento completo das espécies adequadas, o que tem que ser retirado, o que tem de ser plantado, onde e como isso deve ser feito”, explica.

Campo Mourão, no Centro-Oeste, também já protocolou seu plano de arborização urbana. De acordo com Eber Romanczuk, técnico agrícola da prefeitura, o projeto foi elaborado dentro das normas ambientais, priorizando espécies nativas com resistência as condições climáticas da região, como pitanga, ipê amarelo, canela e escovas de garrafa.

As árvores velhas e inadequadas estão sendo substituídas. No município existem cerca de 27 mil árvores.

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