As máquinas que mineram Bitcoin – Série Criptomoedas

A febre das mineradoras de Bitcoins se espalhou pelo mundo, e no Brasil, não poderia ser diferente. Na região de Foz do Iguaçu, um dos maiores polos do mundo acabou se formando, em virtude do baixo custo de energia elétrica proveniente da Itaipu Binacional, uma vez que o país vizinho não consome todo volume de energia que tem direito.

Máquina mineradora de bitcoin. Foto: Não Viu?

Basicamente, a mineração de criptomoedas em Ciudad del Este, no Paraguai, envolve dois tipos de máquinas específicas para “garimpar” duas moedas digitais: bitcoin e ethereum, segundo fontes do Não Viu? que  preferiram ficar no anonimato.

Esses equipamentos são comprados, geralmente, da China, e entregues em Ciudad del Este, sem mais encargos ou despesas de transporte.

Os chineses os vendem em poucas quantidades.

Devido aos coolers (ventiladores de altíssima potência) usados na refrigeração desses superprocessadores, o consumo de energia para mantê-los em funcionamento é brutal.

Embora possam funcionar na temperatura ambiente, os coolers lançam uma grande quantidade de ar quente, o que exige a instalação de muitos exaustores, para impedir que os locais de minerações, geralmente barracões, se tornem locais inviáveis, tanto para as máquinas, quanto para os seres humanos.

O uso de aparelhos de ar-condicionado não é recomendado, pois aumentaria em muito o já estratosférico consumo de energia e, assim, inviabilizaria o negócio.

Essas máquinas funcionam 24 horas por dia, 365 dias do ano, e só param em caso de manutenção, que requer limpeza e verificação dos conectores.

Vamos, agora, a cada equipamento específico.

Bitcoin

Máquina mineradora de bitcoin. Foto: Não Viu?

Uma das mais caras máquinas mineradoras, comprada diretamente da China, custava, antes da disparada do valor do bitcoin, dez mil e quinhentos dólares, o equivalente a cerca de R$ 55 mil.

Porém, quando o valor dessa criptomoeda disparou, a mesma máquina passou a ser vendida por treze mil dólares, ou cerca de R$ 71 mil.

Na ponta do lápis, máquinas mais potentes, como essa em questão, têm a capacidade de garimpar até seis vezes mais bitcoins do que as menos potentes

Outra vantagem é que, mesmo produzindo mais, essa máquina consome metade da energia do que a consumida pelas menos potentes e mais antigas.

A desvantagem é que, devido ao preço, essa máquina demora mais tempo para se pagar, pois ela dá um lucro bruto de 969 dólares por mês em criptomoeda.

No entanto, se for abatido o preço da energia cobrada no Paraguai, esse valor cai para 600 dólares mensais.

Para os pequenos investidores, além de máquinas usadas que podem ser compradas por 600 dólares, existem também máquinas novas que custam mil e trezentos dólares (como a da foto).

Lógico que elas produzem menos bitcoins, mas, como vantagem, podem se pagar mais rapidamente, conforme pode ser conferido no primeiro capítulo desta série de reportagem, que pode ser lido aqui.

Ethereum

Máquina mineradora de ethereum. Foto: Não Viu?.

As máquinas que mineram essa moeda funcionam de uma forma diferente e custam quase o mesmo que uma máquina de bitcoin.

Elas são formadas por placas de vídeo usadas em jogos games de computador.

A vantagem é que essas máquinas têm uma relação para as de bitcoin de 15 para 1. Ou seja: com a mesma energia usada para produzir um bitcoin, essas máquinas produzem 15 ethereums.

A desvantagem é que um ethereum custa atualmente aproximadamente dois mil e cem dólares, enquanto cada bitcoin está na casa dos 55 mil dólares.

Entre vantagens e desvantagens, as empresas mineradoras, atualmente, estão divididas quase igualmente entre a mineração dessas duas sem Ciudad del Este.

Mas esse é um assunto que vamos abordar no próximo capítulo desta séria de reportagens.

Criptomoedas Série de Reportagens Especial do NãoViu

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