Assassinato de advogada pode marcar guerra por controle do crime organizado no Paraguai

Laura Casuso. Foto: Arquivo Última Hora

O assassinato da advogada Laura Casuso, na segunda-feira (12) à noite, em Pedro Juan Caballero, fronteira com Ponta Porã (MS), pode ser resultado da guerra de facções criminosas brasileiras pelo controle do crime organizado no Paraguai, informa o jornal Última Hora.

As autoridades paraguaias não descartam nenhuma hipótese, mas creem que se trata de acerto de contas, de vingança ou de “mensagem” de um grupo para outro.

Tanto o PCC, que teve origem nas prisões paulistas, quanto o Comando Vermelho, que nasceu no Rio, querem dominar o tráfico de drogas, tanto no mercado brasileiro quanto nas regiões de onde provêm a maconha e a cocaína, o que inclui o Paraguai.

O ministro da Secretaria Nacional Antidrogas, Arnaldo Giuzzio, diz que há rumores de que a advogada foi assassinada por vingança do traficante Elton Leonel Rumich da Silva, preso em fevereiro deste ano.

“Não estou em condições de garantir, mas este tipo de homicídios, nesta zona do país e na forma como seu deu, demonstra uma mensagem”, disse ainda Giuzzio, ao sair de uma reunião onde se firmou um acordo de cooperação técnica interinstitucional para desenvolver a política nacional sobre drogas e programas de educação preventiva sobre o uso de estupefacientes.

Há até a hipótese de que os assassinos seriam policiais, mas também ligados ao crime organizado, de uma forma ou outra, conforme o ABC Color.

Nos dois lados

Foto: ABC Color

Laura Casuso era advogada de Jarvis Chimenes Pavão, um dos líderes do PCC no Paraguai, extraditado para o Brasil e preso, e também de Marcelo Pinheiro, o Marcelo Piloto, um dos líderesdo Comando Vermelho.

Por isso, surgiu a tese de que foi morta justamente por ter aceitado defender a causa de um líder da facção rival do PCC.

Uma versão que circula entre os policiais é que o possível mandante do crime foi o brasileiro foragido Sergio de Arruda Quintiliano, vulgo Minotauro, que tem documento paraguaio com o nome de Celso Matos Espíndola.

Uma coisa parece certa: seja quem for o assassino ou quem foram os mandantes, o crime está relacionado ao comércio e tráfico de drogas.

 

O crime

A advogada foi morta com dez tiros, ao sair de uma residência particular (e não de uma loja maçônica, como foi noticiado anteriormente) em Pedro Juan Caballero.

De uma Toyota Hilux preta, provavelmente roubada no Brasil, saltou um homem que, com uma pistola 9mm, crivou-a de balas. No carro, havia outros dois homens.

O crime foi registrado por uma câmera de segurança do local. Ele mostra, além do assassinato, que um segundo homem dentro do carro dá tiros a esmo.

Acusação

O ABC Color lembra que o cliente da advogada preso em Assunção, Marcelo Piloto, deu entrevista recentemente em que afirmou pagar proteção ao diretor geral da Polícia Nacional do Paraguai, Abel Cañete.

A entrevista coletiva foi organizada justamente por Laura Casuso.

Em resposta à acusação de Marcelo Piloto, Abel Cañete viralizou um vídeo de ameaça à procuradora geral do Estado, gravado por cinco brasileiros do Comando Vermelho, e ainda um áudio do suposto pagamento de propina a um comissário de polícia.

Fontes: Última Hora e ABC Color

O vídeo do assassinato

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