Abaixo-assinado nacional pede liberdade para Teca, a onça do Zoológico Guarani

Teca, na foto de Jackson Lima

Um abaixo-assinado on-line, que na manhã desta sexta (10) já contava com 34.532 assinaturas, exige: “Chega de maus tratos à onça do zoológico de Foz do Iguaçu”.

O abaixo-assinado é encabeçado por Verônica Romero, de Minas Gerais, “ativista vegana, membro da organização Direct Action Everywhere. Está publicado na plataforma internacional Change.org (confira no link https://goo.gl/az2u8a).

Quando chegar às 35 mil assinaturas (está perto), o abaixo-assinado será entregue, segundo a Change.org, para várias autoridades: Ministério Público do Paraná; prefeito Chico Brasileiro; Ibama, em Brasília; Superintendência do Ibama no Paraná; e para Júlio César Gonchorosky, superintendente do Ibama no Paraná.

Ah, sim, também será encaminhado à imprensa. O blog se adiantou.

O texto do abaixo assinado diz:

“Está acontecendo um absurdo no zoológico Bosque Guarani de Foz do Iguaçu, no Paraná: uma onça está sendo exposta a condições extremamente precárias e maus tratos!

Este animal silvestre, que devia viver livre, está sendo usado como ferramenta de promoção do turismo municipal, sendo sujeito a permanecer boa parte do tempo imóvel por falta de um espaço adequado. 

A administração deste local não tem respeito pela natureza dessa onça ou pelas suas necessidades físicas. Por favor, assine a petição em defesa dos direitos deste pobre animal!”

Teca dorme, lá no fundo (nem dá pra se ver). Este é o espaço de um dos recintos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O blog foi conferir. À parte a imensa tristeza que se sente ao se deparar com um animal selvagem, de uma espécie acostumada a longas jornadas mata adentro, tolhido dentro de um espaço relativamente pequeno, não se percebem sinais de maus tratos ou coisa parecida.

A onça Teca – este é o nome da fera – vive em dois recintos, que totalizam mais de 200 metros quadrados (que não é nada comparado ao espaço a que uma onça em liberdade está acostumada – cerca de 25 quilômetros quadrados).

Os dois recintos em que Teca vive são unidos por um túnel (ao fundo, na parede verde. Mas por que a parede?)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os recintos, que contam com uma queda d´água e um tanque para se banhar (onças adoram água!), são unidos por um túnel, e a ideia é que ela escolha em qual local ficar durante os períodos do dia, para escapar do sol, nos dias mais quentes.

Quando a reportagem do blog passou pelos recintos, a onça dormia, para decepção dos poucos visitantes daquele horário (por volta das 14h de quinta, 9). Teca é a maior atração do Bosque Guarani, que também conta com duas jaguatiricas, em espaço de tamanho semelhante.

Mais uma vez, é preciso destacar que a situação em que vive Teca é certamente muito melhor que a de outras onças abrigadas em zoológicos Brasil afora. O ideal seria, obviamente, que ela fosse libertada na natureza, mas é provável que ela já não mais se adaptasse à vida selvagem.

Teca tem 4 anos e meio de idade. Ela veio do Amapá com pouco mais de um ano, resgatada por órgãos ambientais de um cativeiro ilegal. Ficou algum tempo no Refúgio Bela Vista, da Itaipu, que a repassou aos cuidados do Zoológico Bosque Guarani.

A intenção é que ela tenha filhotes, a exemplo do que aconteceu no refúgio de Itaipu, onde, depois de 14 anos, conseguiu-se uma reprodução de onças em cativeiro. Em dezembro do ano passado, nasceu Cacau, cria da onça Nena e de Valente.

Mas os técnicos apontam uma dificuldade para Teca ser mãe. Segundo o jornalista Jackson Lima, em seu Blog de Foz, os biólogos do zoológico dizem que as onças não cruzam com animais de fora de sua área de origem. Como Teca é do Amapá, não vai se interessar por machos de outras regiões.

Teca é a segunda onça cedida por Itaipu para o zoo do Bosque Guarani. A primeira foi o macho Tonhão, que teve uma vida longa para a espécie – 21 anos. Tonhão passou a maior parte da vida em jaulas ou recintos. Ficou seis anos no Refúgio de Itaipu e quase um ano no Guarani.

Quanto a Teca, o ideal seria que se desse a ela a liberdade. Mas, se é impossível, outra pequena ideia é unir os dois recintos em que ela vive, retirando a parede que os divide. Passaria pelo menos a impressão de mais espaço.

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