“Bate-papo canino”

A maior parte do tempo, vou conversando com o Giba, gosto de ouvi-lo e lhe dou até alguns conselhos

Giba, o próprio!. Foto: arquivo do autor

Bate-papo canino

Por Carlos Galetti*

Fui levar meu cão, o Giba, para passear.

Enquanto circulamos pelas ruas do bairro, sempre sou indagado:

– Levanto o cão para passear?

Ao que explico que é para tirar o stress do animal.

Mas a maior parte do tempo, vou conversando com o Giba, pois gosto de ouvi-lo e lhe dou até alguns conselhos, apesar de que, proporcionalmente, ele é quase da minha idade.

Pois é, dizem os entendidos que o cão tem cinco vezes cada ano nosso, então o Giba tem treze vezes cinco, ou seja, sessenta e cinco anos, quase os meus sessenta e seis.

Está um pouco mais judiado que eu, tem alguns problemas neurológicos que o fazem rodar demais, os quartos já não são tão firmes, anda com certa dificuldade.

Apesar de que, quer encarar os cachorros maiores, é quando falo:

–  Não se meta a besta, você não aguenta uma porrada!

Fica frustrado, mas tenho de lhe trazer a realidade e convencê-lo que sua realidade é de paz.

Noutro dia, durante um passeio, reclamou dos gatos da casa. São três efetivos e uma agregada, que aparece para as refeições e dar porrada nos filhos.

Assim, são duas fêmeas e um macho, disputando espaço com o Giba, que, a bem da verdade, só quer dormir e roncar.

Estes ilustres personagens são o Lochi, a Anne e a Malha, três crianças que resolvem brincar e insistem em envolver o Giba nas suas correrias.

O pobre que mal consegue andar, sofre com as provocações, chegando algumas vezes a latir grosso, mas logo volta a dormir.

Pobrezinho.

Semana passada fui surpreendido pela convocação para uma Assembleia. Um documento muito bem redigido pelo Giba, me surpreendi com o conteúdo perfeito, parecia coisa de advogado.

Mais surpreso ainda fiquei quando o dito cujo disse que iria se candidatar a vereador, visando botar ordem naquela casa.

Confesso que fiquei um tanto quanto decepcionado, insinuando que a minha casa estaria fora de ordem. Até concordo que os gatos tocaram horror nas coisas, mas zona não!

Minha preocupação maior é se um dos felinos também resolver se candidatar, essa câmara seria mais peluda, mas pensando bem, mudaria em alguns aspectos.

Não, deixa os bichos quietos, são racionais demais.

Mi e Au!!!

*Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg. 

Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.

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