Belém, onde a Itaipu gasta R$ 1,3 bilhão para a COP30, tem 1 milhão de pessoas sem rede de esgoto

Traduzindo: quase todo o esgoto produzido pela população é despejado no meio ambiente, que, por incrível que pareça, é o assunto principal da conferência

Foto ilustrativa: Carolina Gonçalves/Agência Brasil

A Itaipu Binacional está gastando um fortuna, precisamente R$ 1,3 bilhão, para embelezar Belém, capital do Pará, e impressionar os participantes da a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, a COP 30, em 2025.

De acordo com o governo Federal, “estão previstas várias ações, como a execução de 50 quilômetros de rede coletora de esgoto, 4,8 mil ligações de esgoto, pavimentação de vias de acesso à COP 30, implantação de vias marginais do Canal Água Cristal, equipamentos de controle de tráfego, entre outras”.

Resta saber se essas ligações de esgoto serão suficientes, porque, segundo dados do Instituto Água e Saneamento, da população de 1,3 milhão de habitantes, mais de um milhão não tem saneamento básico.

Pior: as 4,8 mil ligações de esgoto anunciadas não devem nem fazer cócegas diante dos 422.925 domicílios da cidade.

Traduzindo: quase todo o esgoto produzido pela população de Belém é despejado in natura no meio ambiente, que, por incrível que pareça, é o assunto principal da conferência.

Cidades brasileiras com os piores índices de saneamento básico:
  • Macapá (AP)
  • Porto Velho (RO)
  • Santarém (PA)
  • Rio Branco (AC)
  • Belém (PA)
  • Ananindeua (PA)
  • Juína (TO)
  • Júlio Borges (PI)

A pergunta é: não seria melhor investir toda essa dinheirama da Itaipu em saneamento básico, em vez de embelezar a cidade?

Foto: reprodução do site Instituto Água e Saneamento
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