Boas Festas!
*Por Carlos Roberto de Oliveira
Não havia como não se questionar, afinal de que adiantara tanto esforço em seu processo de formação educacional para tentar adquirir informações cujo objetivo tinha, na busca do conhecimento, esclarecer sensações como o riso e o choro, o prazer e a dor, se isto tudo estava parecendo sem sentido, tal o desinteresse combinado com a rejeição de valores.
E aquele seu estado de espírito, levado por uma revolta gerada por comportamentos mesquinhos de quem tão somente preocupados com o prazer e o riso, tornando-se insensíveis à dor e ao choro, e simplesmente se preocupando com o convencionalismo de uma manifestação chavão de “Boas Festas” … como se festas, a rigor, não fossem boas, o incomodava.
Fugindo daquela sensação de amargura, porém, e sem qualquer intenção proselitista, assumiu consigo mesmo o compromisso de efetuar uma autorreflexão onde houvesse uma divisão entre o mundo das ideias do mundo dos sentidos, sendo o primeiro mundo aquele determinado pela fé no que transcende e o segundo pela tangibilidade das sensações dos reles mortais.
Fez-lhe bem essa sua proposição, e recolhendo-se à sua pequenez, lembrou-se de Santo Agostinho quando diz: “Não é tanto o que fazemos, mas o motivo pelo qual fazemos que determina a bondade ou a malicia”.
Retratando-se pela presunção e espantando o pessimismo, encheu os pulmões e bem alto gritou: “Boas Festas pra todos nós”.
*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu