Brasil e Argentina vão promover, em conjunto, Cataratas do Iguaçu na China

Uma vista para encher os olhos dos chineses de emoção. Foto: Adenésio Zanella

Se a China é hoje o maior emissor de turistas do mundo, por que não “vender” lá as Cataratas do Iguaçu? Pois Brasil e Argentina “deram mais um importante passo em direção a ações conjuntas de promoção turística em países remotos”, como noticia a Embratur.

E quem se referiu especificamente às Cataratas foi o ministro de Turismo da Argentina, Gustavo Santos.

Ao falar da atuação no mercado chinês, ele deu o tom: “Se eles (chineses) têm a Muralha da China, uma das maravilhas do mundo, temos as Cataratas, outra maravilha. Estamos irmanados neste item e precisamos aproximar mais nossos povos, promover mais tudo isso”, disse Santos. Inteligentemente.

No ano passado, nada menos que 130 milhões de chineses viajaram pelo mundo. O Brasil recebeu uma quirerinha desse total: só 60 mil chineses vieram pra cá. E uma grande parcela dos turistas chineses gosta demais de conhecer atrativos naturais, como as Cataratas.

O encontro do ministro Gustavo Santos com o presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Vinicius Lummertz, foi na terça-feira (7), na World Travel Market (WTM), em Londres, maior feira de turismo no mundo.

A decisão de Brasil e Argentina é acelerar os preparativos e fazer, em 2018, um roteiro de promoção dos dois maiores parceiros no turismo da América do Sul. A ação prevê a presença nas principais cidades chinesas, como a capital Pequim, Xangai e Guangzhou (Cantão).

As conversas entre Lummertz e Santos sobre o tema vem acontecendo há dois anos. O presidente da Embratur acredita que os países estão maduros para esta inciativa.

Foto: Embratur

“O mercado chinês é muito grande e vem crescendo. Temos o problema da distância, mas com iniciativa conjunta fica tudo mais simples, como menor custo e logística simplificada. Desde o início, tanto nós quanto o ministro Santos considerávamos que, se quando os viajantes asiáticos ou americanos que vão para a Europa visitam dois ou mais países, por que não oferecer o mesmo na América do Sul?”, resumiu o presidente da Embratur.

O ministro da Argentina pediu, mais uma vez, que o presidente da Embratur sugira ao governo brasileiro um regime mais flexível quanto à exigência de visto para turistas chineses. Quando visitam a Argentina, os turistas chineses com visto americano têm a entrada liberada, mas precisam de visto de entrada se quiserem visitar o lado brasileiro das cataratas.

Outra coisa que o Brasil precisa fazer é levar o turismo a sério. O orçamento da Embratur em 2017 foi de US$ 17 milhões, menos da metade dos US$ 35,5 milhões investidos na Argentina.

O deputado federal Paulo Azi, que participou do encontro, disse que o projeto de lei que propõe a transformação da Embratur em serviço social autônomo deverá ser votado na casa parlamentar até o final do ano. “Trata-se de um projeto de grande importância para que o Brasil assuma definitivamente seu lugar de destaque no cenário do turismo internacional. O turismo pode ter papel fundamental na retomada econômica do país, mas para atrair o turista internacional é preciso uma agência de promoção à altura da concorrência internacional”, destacou Azi.

Atualmente a Embratur é uma autarquia e sua única fonte de recursos é o orçamento da União, sempre sujeito a cortes e contingenciamentos. Se aprovado o projeto de lei, a Embratur passa a ser uma agencia nos moldes da Apex. Terá mais autonomia para fazer convênios e aportar recursos de outras fontes, bem como poderá fazer parcerias com a iniciativa privada.

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