Caminhada na Avenida Brasil
Por Carlos Galetti
Sábado de inverno, sol de festim (aquele que aparece, mas não aquece), saio para o centro. Me dirijo do Libra, passando pelo Shopping JL, deixando o carro próximo ao batalhão.
Resolvo caminhar um pouco, optando pela Av. Brasil. São 07h45he o comércio, em sua maioria, está iniciando sua preguiçosa abertura. Na primeira quadra já reconheço as farmácias, enquanto os comércios de alimentos e bebidas, também ali presentes, ainda estão fechados das jornadas tardias que enfrentaram na noite passada.
A segunda quadra não apresenta grandes novidades, a não ser pela feirinha que divide as duas quadras, trazendo novidades do Paraguai, antecipando o que só se encontra do outro lado da ponte.
A próxima quadra traz a Calce Pague, outras lojas de roupas, calçados e a Escola de Formação de Vigilantes, com seus alunos buscando especialização em um mercado bem aquecido.
Na seguinte temos a Casa de Lanches “Maria’s”, o posto de gasolina e o Kamalito, mais roupas da moda e casas de Câmbio. Enquanto passo, observo um guardador malcriado, que acha que se tem obrigação de lhe dar dinheiro, ofende e destrata. Nesse dia, encontrou pela frente um Policial Federal que o enquadrou e levou para sexta delegacia.
Começo a descer em direção ao baixadão, vou passando pela Frontur, Auge Joalheria, Ótica Cristal e outros comércios menores. Um garoto entrou em uma loja e saiu correndo com um objeto, sendo perseguido pelos pedestres que passavam, menos pelo segurança que permaneceu dormindo na cadeira que estava.
Chego ao último sinal, Magazine Luíza, Armazém Setti, sapataria, farmácia, Casas Pernambucanas, outra muvuca da avenida, sempre movimentada. Mais adiante estarei na travessa do Hotel Salvatti, com intenso comércio, até livraria.
Cheguei ao ápice da Avenida Brasil, alguns dirão, mas tem mais; realmente a frente temos algumas entidades de saúde, os Rotarys e Lions, o cemitério São João Batista e, logo adiante, a favela do Cemitério. Então fico no que chamei de ápice, pois aqui termina o passeio, diante do mastro e do Banco do Brasil, sem risco de aventura, já que perto da favela sempre pode haver emoção.
Para voltar tenho várias opções, tais como a Almirante Barroso, Marechal Floriano ou Marechal Deodoro, caminhos de personalidades de destaque da história brasileira. Pena que o brasileiro não atribua importância aos seus heróis, a não ser os do Big Brother.
Vou retrair pela Almirante Barroso, aproveito e passo no Sicoob, vou colocar algum no bolso. A volta é bastante tranquila, ainda encontro alguns conhecidos que querem colocar o papo em dia.
Esse passeio deu um pouco de sede, acho que depois de pegar o carro vou tomar um chope, afinal ninguém é de ferro.
Agradeço a companhia de vocês, espero que tenham gostado do passeio.
*Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg.
Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.