Vinhos caros e azeites da Argentina viram sabão

Os materiais que são utilizados na pesquisa foram doados pela Receita Federal, totalizando 300 litros de vinho e 50 litros de azeite

Sabão produzido nos laboratórios da UNILA. Foto: dovulgação

Em uma batedeira doméstica, no Laboratório de Tecnologias e Processos Sustentáveis (LATEPS) da UNILA, Luisa mistura resíduos da destilação de vinho, azeite e ácido esteárico (obtido da palma), que com técnica, tempo e paciência irá se transformar em um sabão multiuso.

O produto é objeto de pesquisa de Luisa Parra Sierra, bolsista-técnica de nível superior da Fundação Araucária, que atua no LATEPS.

Os materiais que são utilizados na pesquisa foram apreendidos (por descaminho) e doados pela Receita Federal, totalizando 300 litros de vinho (em sua maioria vendidos no Brasil por preços bem caros) e 50 litros de azeite (em sua maioria falsos, da marca Valle Viejo, pois não é mais fabricado na Argentina).

O projeto foi iniciado em janeiro, com testes e provas de qualidade, e a produção em escala começou em maio. Até o momento, Luisa fabricou 350 unidades de sabão.

Parte dessa produção será destinada à Receita, outra a unidades da UNILA, mas a intenção é que a maior parte do material possa ser doada a pessoas com dificuldades financeiras para a obtenção de produtos de limpeza.

Chegar ao produto final demandou muitos testes. O azeite apreendido não atende as especificações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Análises de cromatografia, comenta Luisa, mostraram que o azeite apreendido, na verdade, é uma mistura de diferentes óleos como de soja, de girassol e, em quantidades mínimas, de oliva.

“A gente demorou aproximadamente dois meses para conseguir a receita correta porque, como é um uma mistura de óleos, cada um tem um índice de saponificação diferente”, explica a bolsista.

Com informações da UNILA

Sair da versão mobile