O cartel de traficantes de maconha que agia em Salto del Guairá, no Paraguai, pagava entre 2 milhões de guaranis (R$ 1.300) a 18 milhões (quase R$ 12 mil) em propinas para agentes policiais, fiscais, para a Marinha e até para agentes da Secretaria Nacional Antidrogas, informa o ABC Color.
Junto com 16 toneladas de maconha, foi apreendido um caderno que registrava todos os pagamentos de propina. Ainda não se sabe se os pagamentos eram mensais ou quando era movimentado um grande carregamento de maconha, com destino ao Brasil.
A lista, que mostra a gigantesca estrutura criminosa, aponta pagamentos a agentes do Estado de diversas localidades. Entre os postos policiais, o que está localizado na entrada de Salto del Guairá era o que recebia a soma mais alta, de 11 milhões de guaranis.
Figuram também pagamentos de 18 milhões de guaranis aos escritórios regionais do departamento antinarcóticos da polícia, para agentes de investigações e homicídios e para a Marinha.
A Secretaria Nacional Antidrogas aparece na lista com um suborno de 5 milhões de guaranis (R$ 3,2 mil).
Além dos traficantes, a operação encabeçada por fiscais e agentes antidrogas de Assunção deteve um ex-militar, um ex-policial, dois suspeitos de financiar a quadrilha e outros três colaboradores.
Foram apreendidos 16 toneladas de maconha, armas e veículos, que estavam num depósito loto atrás do prédio da Aduana de Salto del Guairá e a 450 metros do posto de balsas no Rio Paraná.