Cassinos de Puerto Iguazú eram usados pra lavar dinheiro de clã libanês

O ABC Color publica informe israelense sobre a atuação de 14 libaneses que operavam na região da tríplice fronteira como suspeitos de financiar o Hezbolá, considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos.

Os 14 foram detidos, dos quais três moram no Paraguai e onze no Brasil.

As detenções ocorreram no dia 13 de julho, numa operação conjunta das polícias paraguaia e argentina, sem apoio de autoridades brasileiras.

Segundo o informe, o dinheiro era lavado em cassinos de Puerto Iguazú, na Argentina, e o dinheiro cruzava as fronteiras para o Brasil e o Paraguai.

O líder do clã Barakat é Assad Ahmad Barakat, mas a operação era comandada por seu sobrinho Hassan Ali Barakat, que as autoridades vinculam ao tráfico de drogas.

O bloqueio de bens dos integrantes do clã, na Argentina, mostrou que os integrantes da rede cruzavam a fronteira centenas de vezes com grandes somas de dinheiro, e usavam o cassino para lavar moedas dos três países e dólares.

Hassan Ali Barakat cruzou as fronteiras 620 vezes entre 1 de janeiro de 2015 e 19 de outubro de 2017, incluindo 332 entradas na Argentina, ou em média três entradas por dia.

Nenhum dos 14 libaneses investigados tem negócios em Puerto Iguazú. Mas os fundos combinados que injetaram no cassino equivalem a cerca de US$ 3,7 milhões.

Um dos detidos no Paraguai, em 25 de junho, em Assunção, foi Mahmoud Ali Barakat (40). Ele tinha escritório no centro da capital paraguaia. Os Estados Unidos pediram sua extradição por um caso de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico de drogas.

O informe israelense diz que os três países devem reconhecer o Hezbolá como uma organização terrorista, o que está sendo demonstrado pelas ações da Argentina e do Paraguai, que incluem a detenção dos libaneses.

Quanto ao Brasil, “pode-se esperar pouco a nível político até as eleições presidenciais, diz ainda o informe.

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