Chanceler paraguaio está em Brasília. Na pauta, as pontes…

Foto: Agência IP

Novo capítulo da novela das pontes Brasil-Paraguai.

Depois de os presidentes do Brasil discutirem o assunto, depois de uma reunião no Brasil com a diretoria da Itaipu, depois de a governadora do Paraná se reunir com o presidente do Paraguai… ufa! – agora é a vez dos chanceleres dos dois países.

O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Luis Alberto Castiglioni, se reúne nesta terça (11), em Brasília, com seu colega brasileiro, Aloysio Nunes Ferreira.

A construção de três pontes entre os dois países será o principal assunto. Duas ligando ao Mato Grosso do Sul, uma delas sobre o Rio Apa e outra sobre o Rio Paraguai. E a outra, aquela que ligará Foz do Iguaçu a Presidente Franco, com recursos da Itaipu Binacional.

O custo previsto para esta segunda ponte aqui na fronteira será algo em torno de US$ 100 milhões, dos quais US$ 70 milhões para a ponte em si e seus acessos e US$ 30 milhões para a construção da Perimetral Leste, uma ligação direta com a BR-277, sem que os caminhões de e para o Paraguai (e Argentina) precisem passar pelo centro de Foz.

Castiglioni escolheu o Brasil como primeiro destino internacional, logo após sua posse, em 15 de agosto. Antes da reunião com o chanceler brasileiro, ele esteve com os governadores do Paraná e do Mato Grosso.

Antes de ir a Brasília, o ministro paraguaio se reuniu com autoridades do Paraná, quando tratou de acordos para o desenvolvimento econômico, a segurança da fronteira e a construção de pontes sobre o Rio Paraná (há ainda uma terceira prevista para Foz, ligando a Hernandarias).

Em agosto, Castiglioni foi a Campo Grande conversar com autoridades matogrossenses. Na reunião, analisaram a implementação de um corredor bioceânico que permitirá aumentar o comércio na região. Também definiram projetos culturais, artísticos e acadêmicos.

Parceiro

O Brasil é o principal parceiro comercial do Paraguai. Em 2017, o intercâmbio comercial foi de US$ 3,78 bilhões. O Brasil mantém, ainda, o segundo maior estoque de investimentos diretos no Paraguai, estimado em US$ 697 milhões.

Nos primeiros sete meses de 2018, a corrente de comércio alcançou US$ 2,2 bilhões, o que representa alta de 5,7% em relação ao mesmo período de 2017.

Do Oeste

O Jornal O Paraná, de Cascavel, traz uma informação interessante sobre as trocas comerciais entre a região Oeste e o Paraguai. Depois da China, segundo levantamento do jornal, o Paraguai é o segundo maior comprador de produtos do Oeste paranaense.

Só este ano, a região exportou ao país vizinho quase US$ 160 milhões, o que representou 15% do total de exportações.

Para a China, o Oeste do Estado vende principalmente grãos, sobretudo a soja, e principalmente a carne de frango. Para o Paraguai, o maior volume de vendas é de animais vivos e produtos vegetais, além de proteína animal, transformada em carne resfriada ou congelada.

Este crescimento nas exportações se deve ao grande número de empresas brasileiras instaladas no Paraguai e ao grande número de brasileiros que vivem lá, segundo a economista Regina Martins, ouvida pelo O Paraná. O Paraguai tem 7 milhões de habitantes e já abriga 500 mil brasileiros, número que tende a aumentar, segundo ela.

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