Chuvas abundantes garantem outubro de boa produção em Itaipu

Sem apelar pro rebaixamento, usina gera muito e ajuda o Brasil neste momento de crise hídrica. Foto: Alexandre Marchetti

Sabe esta chuvarada toda que caiu – e continua a cair – em Foz do Iguaçu e região? É graças a isso que Itaipu teve o quarto melhor outubro de produção de sua história, sem necessidade de rebaixar o reservatório, como estava previsto (isso pode acontecer mais pra frente).

Enquanto no resto do país – pra “cima” do Paraná – São Pedro negligenciou e deixa cair esparsas gotas aqui e ali, e às vezes nem isso, no Sul é um exagero. E Foz do Iguaçu se destaca pelos 465 mm acumulados em outubro, o dobro da média normal para o mês.

É graças a isso que Itaipu anuncia que a produção de outubro “ajuda a ‘aliviar’ o sistema elétrico brasileiro, que enfrenta condições hidrológicas adversas”.

Põe adversas nisso. Mesmo com o apoio de Itaipu, o setor elétrico depende da cara energia das usinas térmicas para garantir o abastecimento do país. Isso se reflete na conta de energia, um baque no orçamento mensal de todos nós.

Mas é como dizia o (saudoso) jornalista Helio Teixeira, que foi superintendente de Comunicação Social de Itaipu: seja qual for a situação, “Itaipu segura as pontas do setor elétrico brasileiro”.

No mês passado 8.291.916 MWh, volume suficiente para abastecer Foz do Iguaçu por 15 anos ou o Estado de São Paulo inteiro por sete meses. Confira o que diz o press-release distribuído por Itaipu:

Com uma produção acima das expectativas para o período, a usina ajudou mais uma vez a dar um pouco de alívio para o sistema elétrico brasileiro, que enfrenta um ano de condições hidrológicas bastante adversas.

Ao contrário do que acontece nas regiões Sudeste, Nordeste e parte do Centro-Oeste do Brasil, chove muito em todo o Paraná, inclusive na região do reservatório de Itaipu. As chuvas localizadas contribuíram para o bom desempenho da Itaipu, que opera na cota normal do reservatório.

Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Luiz Fernando Leone Vianna, “a produção elevada de Itaipu dá um fôlego extra, ainda que temporário, para o sistema elétrico do Brasil, reduzindo, nesse momento, o número de usinas térmicas necessárias para enfrentar a escassez hídrica”. Mas ele lembra que, para normalizar a produção hidrelétrica do País, é preciso que chova bastante principalmente no Sudeste, onde se concentra o maior número de usinas do Brasil.

Quarto melhor outubro
Em 2016, ano do recorde anual de Itaipu, a usina gerou, em outubro, 8.489.774 MWh. Em 2013, no segundo melhor outubro, a geração foi de 8.337.965. Já em 2015, no terceiro melhor outubro, esse volume foi de 8.295.841 MWh, apenas cerca de 4 mil MWh acima da produção registrada em outubro de 2017, graças às chuvas intensas que caíram na região do reservatório.

A chuva acumulada na estação do Simepar, instalada no Parque da Piracema, dentro da usina, foi de 395 milímetros em outubro deste ano, bem acima da média histórica, de 219,8 milímetros. Foi o segundo outubro mais chuvoso na área do reservatório, inferior apenas ao mesmo mês de 1998, com 443,6 mm.

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