Cidade “mau quidada”, diz a moça que não sabe escrever. Mas a crítica é justa?

Erros de português e ignorância à parte, até que a fulana tem razão. Ela disse no Facebook que Foz é malcuidada. E, embora ela tenha escrito “mau cuidada”, tem alguma boa dose de verdade no que diz.

Aliás, ela não disse mau cuidada, disse algo que nem tem lógica: “mau quidada”. Se o trema ainda existisse, poderia ser escrito assim para ao menos ser entendido: “qüidada”. Cruzes!

Vá para o centro de qualquer cidade, de qualquer porte. Você vai encontrar ruas asfaltadas, arborizadas, com calçadas em toda a extensão. As exceções são raras.

Foz está entre estas exceções. O centro não é atrativo nem bem cuidado. Andar pela Avenida Brasil é dar de cara com casas de comércio mal resolvidas esteticamente, propagandas exageradas, cores idem, várias lojas largando sonzeira na cara (e ouvidos) do passante.

Esgoto na galeria pluvial. Foto: Aluizio Palmar

O calçamento é decente, mas ao longo da avenida se vê muito lixo. Faz-se depósito de variados detritos junto ao tronco das árvores, sabe-se lá porquê. E, perto da esquina da Quintino Bocaiúva, uma caixa de galeria quebrou e alguém colocou uma caixa de madeira por cima, pra evitar acidentes.

Na Rua Quintino Bocaiúva, ali na frente das Casas Bahia, o esgoto aflorou nesta segunda-feira pelas galerias de águas pluviais.

“Mau cheiro insuportável”, disse o jornalista Aluizio Palmar, que passou por lá ao meio-dia.

Depois, o cheiro desapareceu um pouco, mas ficou o rastro do esgoto junto à calçada.

Nas calçadas da Rua Almirante Barroso, o problema para o pedestre é evitar os troncos de árvores. Cortaram as árvores, mas deixaram o toco na calçada.

Além de retirar isso, a Prefeitura deveria providenciar novas árvores para substituir as que morreram.

No calor de Foz do Iguaçu, andar pela Almirante Barroso e por sua paralela, a Marechal Floriano, é pegar uma suadeira.

Poucas árvores, longos trechos que lembram o Saara, sem nem uma sombrinha pra amenizar.

Árvores morrem, ficam os tocos na calçada. E a população gosta mesmo é de espalhar lixo.
Dá pra ler? Ainda dá, mas de pertinho.

O lixo está por todo lugar. Parece que o iguaçuense não sabe pra que servem aquelas lixeiras azuis. Papel, sacola, resto de comida, vai tudo pra calçada.

Ah, na Marechal Floriano, há um trecho de 50 metros totalmente sem calçada, beirando um terreno baldio cercado de muro. Ou se obriga o proprietário a fazer a calçada, ou a Prefeitura faz e cobra (caro) no IPTU do proprietário.

São ruas centrais, gente! E de muito movimento. Por ali se tem de como estão nossos bairros, com asfalto carcomido, calçadas tipo dente de banguela, uma aqui e outra ali, mato crescendo selvagemente…

No Jardim Iguaçu, um exemplo de que o mato viceja sem controle. Em algumas ruas, está tão alto que o motorista precisa ir quase até o meio da pista que pretende atravessar pra enxergar se vem algum carro.

Perigo e descaso.

A sugestão que a gente pode dar à Prefeitura é de enviar às ruas gente pra anotar todos os problemas (haja caderno!) e, depois, ir providenciando as correções, seja executando a limpeza, por exemplo, ou exigindo que isso seja feito pelos donos dos terrenos. E como há terrenos abandonados em Foz!

Ah, e que falta fazem praças na área central. A única é a do Mitre, que mesmo pós-reforma não ficou atrativa nem amigável.

Não oferece sombra, o que é um crime aos 40 graus de Foz. E aquela fonte tem que começar a jorrar água urgentemente, pra pelo menos dar a impressão de frescor.

Pra fechar o post: está mais do que na hora de trocar as placas de ruas. Mesmo aquelas das ruas centrais estão gastas e, algumas, quase ilegíveis.

É cidade turística, lembra?

Depois, vem alguém e diz que é “mau quidada” (olha o texto horrorosamente escrito aí do lado).

Não é, até que é razoavelmente bem cuidada. Mas tem muita coisa pra ser feita, com urgência. E a população tem que colaborar, evitando que o lixo seja um enfeite das nossas ruas.

A fonte sem água, a praça sem sombra. É assim a do Mitre.

 

Sair da versão mobile