A população de Ciudad del Este está assustada com a possibilidade de epidemias durante este verão, segundo o jornal Vanguardia.
O ano mal começou e já são três alertas de saúde pública: possível epidemia de dengue, surtos de chikungunya e ameaça de febre amarela.
Este último temor tem origem no Brasil, onde não param de ser registrados casos de febre amarela em pelo menos três estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Como a fronteira é escancarada, os paraguaios temem que a doença entre com os visitantes.
“É um verdadeiro perigo para nossa região”, disse o diretor da Décima Região Sanitária do Paraguai, doutor Gregorio Giubi.
Aliás, é um risco também pra nós, iguaçuenses, que estamos recebendo um número recorde de turistas, este mês.
Segundo explicou o dr. Giubi ao Vanguardia, “a situação climática é a base de todos os males. As mudanças e a instabilidade do clima são o que trazem essas aparições”.
A umidade exagerada também está aumentando a proliferação de caramujos africanos em Ciudad del Este. Este molusco, que já virou praga em várias regiões de clima quente do Brasil, transmite a meningite eosinofílica, ele atua como hospedeiro intermediário de um verme, o Angiostrongylus cantonensis, agente etiológico da doença.
O caramujo também tem outro hóspede indesejável, o mosquito Aedes aegypty, transmissor da dengue e da chikungunya.
Essas duas doenças, dengue e chikungunya, são resultado da “falta de consciência das pessoas, que não limpam adequadamente suas casas e terrenos”, diz o médico paraguaio. A crítica vale também pro lado de cá da fronteira.
Em Ciudad del Este, até agora há dois casos confirmados de dengue, mas há muitos casos suspeitos.