O comércio de Ciudad del Este, dessa vez, ficou em dupla enrascada: nos dois países vizinhos, o dólar explode e, com isso, o número de compradores despencou. O fator câmbio é o maior atrativo para a compra de produtos no Paraguai.
Segundo o jornal Vanguardia, a queda nas vendas já chega a 30%, em menos de um mês.
Como o dólar não vai baixar nem no Brasil nem na Argentina, a situação dos comerciantes tende a se agravar, justamente numa temporada em que deveria haver um aumento no movimento de turistas.
O presdiente da Associação de Trabalhadores e Comerciantes Independentes, Javier Miranda, disse que, além da desvalorização do peso e, especialmente, do real, a crise é agravada pelos fortes controles que o Brasil está impondo aos compradores, para combater o contrabando.
“Estamos sofrendo na própria carne a impressionante diminuição de turistas, em consequência da alta do dólar e da militarização”, disse. “A gente chega ao meio-dia e fecha seus pontos para ir em casa e comer só uma vez, por economia”, disse ainda.
O vendedor de rua Ángel Cabrera diz que há um mês o ingresso de “sacoleiros” está praticamente paralisado. “E os que vêm se queixam da alta cotação do dólar”, disse. Comentou ainda que o problema não se limita aos trabalhadores da via pública, mas sofrem também os donos das lojas maiores, “que também se queixam das poucas vendas”.
Tem saída? O empresário Charif Hammoud, da Câmara de Importadores e Comerciantes de Alto Paraná, sugere aos comerciantes: “Negociar produtos a melhor preço e ganhar menos por cada artigo, para vender mais”.
Provavelmente é a única saída. Manter os preços em dólar alto é suicídio, na atual fase.