Coisas do Passado

Algumas vezes, olhamos pessoas e as enxergamos por fora, não conhecemos seus âmagos, suas verdades não notamos

Ilustração: Pixabay

Coisas do Passado

*Por Carlos Galetti
Música: Maria Rosa

Vocês estão vendo aquela mulher de cabelos brancos
Vestindo farrapos calçando tamancos
Pedindo nas portas pedaços de pão?

A conheci quando moça era um anjo de formosa
Seu nome é Maria Rosa, seu sobrenome: Paixão
Os trapos de sua veste não é só necessidade
Cada um para ela representa uma saudade

Ou de um vestido de baile, ou de um presente, talvez
Que algum dos seus apaixonados lhe fez
Quis certo dia Maria pôr a fantasia de tempos passados
Pôs em sua galeria uns novos apaixonados

Esta mulher que outrora a tanta gente encantou
Nenhum olhar teve agora, nenhum sorriso encontrou
Então dos velhos vestidos que foram outrora sua predileção

Mandou fazer essa capa de recordação
Vocês marias de agora, amém somente uma vez
Pra que mais tarde esta capa não sirva em vocês

Composição: Alcides Gonçalves / Lupicínio Rodrigues.

Algumas vezes, olhamos pessoas e as enxergamos por fora, não conhecemos seus âmagos, suas verdades não notamos. Talvez, se fôssemos mais fundo em algumas histórias, certamente nos surpreenderíamos.

A música acima nos dá bem a dimensão do problema: deixamos de observar olhares tristes, comportamentos díspares, mágoas aprofundadas, comportamentos nem tão condizentes.

Veríamos princesas de outros tempos, amargando perdas irreparáveis; nos depararíamos com empresários de sucesso, afundados nas naus da desgraça e da bebida; conheceríamos a história de desfrutadores de momentos glamorosos, hoje vivendo na sarjeta do esquecimento.

Sou um perseguidor do livre arbítrio, escolhemos o que fazer, mas temos que assumir as consequências do que fazemos. Ouvimos muito, até eternizado em música: – “Amou daquela vez como se fosse a única…”

Temos que cuidar dos exageros, pois trazem, também, dissabores. Não podemos ser essencialmente impulsivos, pois a mais das vezes não fica o espaço para o arrependimento. Não faça do seu caminho uma ida sem volta.

Portanto, ame, mas seja comedido. Não economize sentimento, o amor tem de ser completo. Ame e ame muito, sem economia, mas cuidado…

*Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg. 

Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.

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