Exatamente 178 caminhões carregados com combustível foram liberados no Paraná, entre segunda-feira (28) e terça-feira (29), anuncia a Defesa Civil. São cerca de 5,3 milhões de litros.
Isso “é resultado do esforço do governo do Estado para diminuir os efeitos da greve”, diz a governadora Cida Borghetti.
Mas é uma gota num oceano. O desabastecimento continua: nos postos, nas centrais de abastecimento, nos supermercados, onde quer que o cidadão vá.
Em Foz, alguns supermercados apelam para hortifrútis da Argentina. Mas é pouco e caro.
Na manhã desta quarta-feira (30), a Polícia Rodoviária iniciou uma operação, junto com o Exército Brasileiro, para negociar a liberação das rodovias. Pode ser que os caminhoneiros aceitem. Pode ser que não.
Mais greve
Mas o pior é que, hoje (30), os petroleiros deflagraram uma greve, que atinge também a refinaria da Petrobras em Araucária, no Paraná.
A greve é estranha. Ao contrário dos caminhoneiros, que reivindicam uma série de medidas pra melhorar as condições de trabalho, os petroleiros querem que a Petrobras baixe os preços dos combustíveis.
Os petroleiros afirmam que o movimento é uma reação à política de preços dos combustíveis, de crítica à gestão na Petrobras e contra os valores cobrados no gás de cozinha e nos combustíveis.
O que seria bom para a população (embora alguém tenha que pagar esta conta), mas não para a categoria. Menos dinheiro em caixa, menos condições de pagar os próprios petroleiros. Quer dizer, é apenas uma greve política, como aliás foi classificada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que considerou a greve abusiva.
Enquanto isso, só as cooperativas do Paraná estão deixando de abater diariamente 12.700 suínos, 2,3 milhões de frangos e 180 mil tilápias. Ainda: 3 milhões de litros de leite não estão sendo industrializados por dia.
As atividades estão suspensas em 25 unidades frigoríficas de cooperativas, com cerca de 50 mil funcionários dispensados.
Prejuízo, até agora, de R$ 1 bilhão para o agronegócio paranaense.