Começo, meio e sem final

Rompeu-se a liga... e ela, simplesmente, disse que nada tinha contra, mas precisava aprender a ser só...

Ilustração: Pixabay

Começo, meio e sem final

*Carlos Roberto Oliveira

Como diz o poeta, a vida é arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida… e a intensidade daquela energia irradiada por olhares trocados, bem que justificava esta assertiva, despertando naquelas duas pessoas uma cumplicidade muda que os levou, irremediavelmente, a uma aproximação em que o espaço físico, até então de metros, transformou-se em centímetros, tão próximos ficaram.

E da passagem do mutismo dos olhares ao início do diálogo, ele já ao lado dela, e beirando a obviedade, conheceram-se pelos nomes e o que faziam, ela Maria Cristina, estudante de arquitetura, ele Paulo Afonso, formado em ciência da computação.

Ainda dominados pela impetuosidade do desejo, a chama mantinha-se acesa e o bate papo seguia seu rumo.

Aquela sensação de preenchimentos de carências gerada pela atração fugaz, amparada pelos olhares insinuantes e convidativos, começou a dar sinais de desgaste e a expectativa de materialização de uma história de amor com final feliz frustrou-se de vez quando, na comemoração de mais um brinde, ela perguntou, qual o estilo musical que ele gostava.

Pensando em agradar, de imediato ele respondeu, sertanejo universitário…

Rompeu-se a liga… e ela, simplesmente, disse que nada tinha contra, mas precisava aprender a ser só…

*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu

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