Comerciantes, taxistas e representantes de conselhos de turismo foram unânimes: é preciso acabar com os roubos e as fraudes contra os turistas que fazem compras em Ciudad del Este.
E foi isso o que eles levaram ao ministro do Interior do Paraguai, Ariel Martínez, que participou de uma reunião em Ciudad del Este, nesta quarta-feira (28). Estavam presentes ainda o governador de Alto Paraná, Fernando Schuster, e a intendente (prefeita) Sandra Zacarías.
A reclamação mais insistente foi contra a ação dos supostos guias de turismo, mais conhecidos como “piranhas”, como conta o jornal La Nación, em matéria na edição on line publicada no início desta noite de quarta.
Segundo o jornal, Juan Santamaría, da Fedecámaras, disse que é preciso castigar os comerciantes que contratam inclusive menores para a “função” de guias, com objetivo de atrair turistas a suas lojas.
Não interessa a esses comerciantes o que esses guias fazem nas ruas – o que inclui roubar turistas -, mas sim que levem compradores, disse Santamaría.
Também foi pedido para que os comerciantes denunciem onde turistas são vítimas de golpes, seja com cartões de crédito ou com a venda de produtos diferentes daqueles que lhes foram oferecidos.
Outra reivindicação levada ao ministro é que sejam instaladas câmeras de segurança na Ponte da Amizade, no lado paraguaio, já que na margem brasileira elas existem.
Por fim, pediram maior ação do Ministério Público e mais rigor na investigação dos casos de roubos, já que, segundo disseram, “adolescentes e jovens são detidos no centro por roubos, mas poucas horas depois estão de novo nas ruas”.
O diretor de Polícia de Alto Paraná, Enrique Isasi, disse na reunião que logo haverá mudanças na Polícia de Turismo.
Já o ministro do Interior, Ariel Martínez, garantiu que “não se vai tolerar nenhum caso de corrupção”, e que serão tomadas as medidas necessárias contra qualquer policial envolvido.
Ele disse ainda que os turistas nem sempre podem ficar na cidade até que a denúncia que fazem seja apurada, de roubo ou corrupção, mas pediu “criatividade” para dar as ferramentas necessárias para que a polícia e a fiscalização possam atuar.
“Não queremos que nossas delegacias se convertam em portas giratórias para delinquentes, e para isso precisamos de colaboração, com denúncias concretas”, disse o ministro.