Conheça uma curiosidade da renegociação da dívida da Itaipu, que será quitada em 2023

A usina foi a que mais gerou energia limpa e renovável em todo o mundo

Capa do Jornal da Itaipu, edição de agosto de 1997, em que foi anunciada a renegociação da dívida da usina

A Itaipu Binacional alcançou uma marca histórica na geração de energia acumulada, ontem, terça-feira (27): às 16h13, a usina que mais gerou energia limpa e renovável no planeta registrou 2,9 bilhões de MWh produzidos desde que começou a operar, em maio de 1984 – produção suficiente para abastecer o planeta por 46 dias.

Porém, para chegar a essa marca, além do imenso esforço de 40 mil barrageiros para construi-la, outro fato marcante na história da usina será a quitação, em 2023, da dívida 16,2 bilhões de dólares, contraída para tornar a obra uma realidade.

Tal quitação foi resultado de uma renegociação elaborada, em 1997, por iniciativa do então diretor-geral brasileiro Euclides Scalco, com a ajuda do economista Rogério Piccoli, na época superintendente de Administração Financeira.

Segundo Piccoli explicou em um artigo publicado pelo Jornal de Itaipu, edição de setembro/outubro de 1997, caso a renegociação não fosse executada, Itaipu chegaria ao ano de 2023 com uma dívida de 88 bilhões de dólares (vejam a tabela abaixo).

 

Por sua vez, Scalco relatou ao escritor Marcos Antonio Bastiani, autor do livro “Euclides Scalco, o homem, seu tempo e sua história”, outro detalhe importante sobre a renegociação:

“O Tratado (de Itaipu) dizia que em 2023 a empresa teria de estar amortizada, e fizemos uma prospecção do que aconteceria até lá, se as condições de faturamento continuassem como estavam. Chegamos a um dado: se não houve negociação, a dívida atingira 88 bilhões de dólares, o que seria insustentável. Eu fui ao presidente Fernando Henrique, mostrei a situação e disse que era preciso tomar providências. E foi assinado o contrato de renegociação da dívida”.

Custo Global da Usina
A bem da verdade, conforme mostrou Piccoli, na matéria do Jornal da Itaipu, “os custos efetivamente incorridos na construção da Central Elétrica, posição em 31 de dezembro de 1996, foram os seguintes (em US$ milhões)”:

Vale ressaltar que, além da quitação da dívida, em 2023 será a vez de renegociar o Anexo C do Tratado de Itaipu, que envolverá uma dura negociação com os paraguaios sobre o preço da venda da energia produzida pela usina, conforme pode ser visto aqui.

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