O Paraguai exporta para o Brasil cerca de US$ 4 bilhões e importa US$ 2 bilhões.
Em compensação, só o contrabando de cigarros para o Brasil atinge US$ 2,1 bilhões. A isso se soma o contrabando em geral, que rende outros US$ 5 bilhões.
Com as empresas que se instalaram via Lei da Maquila, das quais 120 brasileiras, o Paraguai poderá ter um incremento de US$ 5 bilhões no comércio exterior. O principal cliente será o Brasil, que importa plásticos, autopeças, vestuário e brinquedos, entre outros itens.
Os dados foram coletados pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras, o Idesf, que tem sede em Foz do Iguaçu.
As exportações das maquilas são o melhor argumento para o governo brasileiro negociar com o Paraguai para que contribua com o combate ao contrabando para o Brasil.
Cigarros, o problema
Afinal, a exportação legal das maquiladoras para o Brasil cobrirá grande parte da receita que entra no país ilegalmente, com potencial de crescimento cada vez maior.
Quanto aos cigarros, a solução é mais complicada: passa por um aumento dos preços no Paraguai, via impostos, e uma redução dos impostos aqui, pra reduzir a entrada ilegal. O preço do cigarro paraguaio é tão baixo que já domina 48% do mercado brasileiro e outro tanto do mercado argentino.
No Paraguai, qualquer medida pra aumentar o preço de venda esbarra no interesse de produtores de fumo e dos fabricantes, para os quais a situação está boa assim. Aqui, porque a adoção de impostos altos, lá no passado, foi pra desestimular o consumo, a pedido do Ministério da Saúde. Depois, o governo acostumou-se com o que o tributo rende e ficou por isso mesmo.