Por que a crise que atinge a Argentina afetará menos o Brasil

Foto: DSR Medios (Argentina)

Pra entender um pouco mais a crise argentina, que hoje enfrenta inflação alta e dólar explosivo.

O país tem um déficit em conta corrente elevado e precisa cada vez mais de financiamentos externos pra rolar a dívida externa e manter a interna (elevadíssima) em dia.

Só o saldo da balança comercial já dá uma ideia. No ano passado, a Argentina exportou o equivalente a US$ 58,5 bilhões e importou US$ 67 bilhões, com saldo negativo de US$ 8,5 bilhões.

A inflação oficial na Argentina fechou 2017 em 24,8%.

Já no Brasil, a inflação ficou em 2,95% em 2017 e continua quietinha. O mercado estima que ficará em 3,45% este ano.

Na balança comercial, os saldos continuam favoráveis este ano, até agora. Em 2017, o Brasil exportou US$ 217,74 bilhões e importou US$ 150,74 bilhões, com saldo positivo de US$ 67 bilhões.

Curiosamente, o saldo da balança comercial brasileira em 2017 equivale a todo o volume importado pela Argentina no ano passado, o que mostra também a diferença de tamanho das duas economias. E, também, o tamanho da crise dos argentinos.

Em meio a tantos erros e desacertos, a condução da economia no Brasil foi, ao menos, bem mais eficiente, ao controlar a inflação e segurar os gastos públicos pra não desandarem, o que não ocorreu por lá.

No mais, estamos todos num barco furado. O furo é menor aqui, mas exige cuidado redobrado pra que a água não nos afunde.

Na história

Veja o que é um país mal administrado. Em 1943, como conta em reportagem o El País, o PIB per capita argentino equivalia a quatro vezes o PIB mexicano e ao dobro do brasileiro.

Em 1948, a Argentina era o 11º país em PIB per capita. Hoje, é o 47º. Ah, e na década de 1920, era um país rico, a sexta maior economia do mundo.

Hoje, a Argentina é a terceira economia latino-americana, muito atrás do Brasil e do México.

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