O custo do escritório da Itaipu de Curitiba-Capítulo 1. Só em um ano, 5 diretores viajaram 177 vezes a Foz e receberam R$ 300 mil de diárias

Iluminação monumental da barragem de Itaipu. Foto: Divisão de Imprensa da IB

Ontem (13), o novo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna, conheceu pela primeira vez, desde que foi empossado, o escritório da Itaipu Binacional em Curitiba.

Esse escritório foi criado em meados da década de 80 pelo ex-governador Ney Braga, que substituiu o general Costa Cavalcanti no comando de Itaipu, quando José Sarney assumiu a Presidência da República.

Ney Braga, porém, com a eleição do presidente Collor de Mello, foi substituído pelo engenheiro Fernando Xavier Ferreira, oriundo da Telepar, que determinou o fechamento dos escritórios da Itaipu em São Paulo e Rio de Janeiro. Os funcionários desses escritórios foram transferidos para Foz e Curitiba, no início da década de 90.

Desde essa época para cá, quase todos os dias da semana, uma elite de funcionários da Itaipu, incluindo diretores, viaja de Curitiba a Foz do Iguaçu, de avião, é lógico, para cumprir suas funções. Em geral, esses burocratas chegam a Foz no início das tardes das segundas-feiras e voltam para Curitiba no início das tardes das sextas-feiras.

Com o propósito de discutir a existência desse escritório, o Não Viu? fez um levantamento, com base no ano de 2014,  para que as leitoras e leitores do blog tenham uma ideia dos valores gastos anualmente pela Itaipu apenas com passagens e diárias de Curitiba para Foz e vice-versa.

Em virtude do volume de dados que o blog vem obtendo, as informações só podem ser divulgadas em capítulos.

Então, vamos ao Capítulo I, que aborda, apenas, o número de viagens a Foz e as diárias dos diretores que eram responsáveis pela administração da usina.

Capítulo I
Em 2014, os diretores da Itaipu, na época, viajaram 177 vezes de Curitiba a Foz  e receberam, para ficar na cidade, um total de R$ 300.121,39 em diárias.

Especificamente, os gastos com cada diretor foram os seguintes:

1-) o diretor-geral brasileiro viajou 36 vezes de Curitiba a Foz e recebeu R$ 76.220,53 em diárias;

2-) o diretor técnico viajou 30 vezes de Curitiba a Foz e recebeu R$ 63.900,00 mil em diárias ;

3-) o diretor jurídico viajou 27 vezes de Curitiba a Foz e recebeu R$ 41,193,90 em diárias;

4-) o diretor administrativo viajou 18 vezes de Curitiba a Foz e recebeu R$ 25.750,00;

5-) a diretora financeira viajou 23 vezes de Curitiba a Foz e recebeu R$ 23.449,66 de diárias;

6-) o diretor de coordenação viajou 43 vezes de Curitiba a Foz e recebeu R$ 70.507,30 de diárias.

À luz dos dados acima, parece bem claro que a diretoria da Itaipu, nos dias de semana, fica mais tempo em Foz do que em Curitiba, onde a maioria dos diretores mora. Então, por que eles não se mudam para Foz? Boa pergunta para o general Silva e Luna responder, não?

Vale ressaltar que, na grande maioria das vezes, esses diretores se deslocam de Curitiba a Foz acompanhados de vários assessores, que também têm diárias pagas pela Itaipu. Somam-se a esses gastos, ainda, as viagens de empregados lotados em Foz que têm de viajar para Curitiba com a finalidade de se reunir com os superiores deles.

Nos próximos capítulos, vamos abordar mais diárias de empregados, passagens aéreas, milhagens e superintendências que poderiam ficar em Foz, mas estão em Curitiba, entre outros temas.

Não percam!

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