Essa informação apresentada durante o 14º Latinoware, realizado semana passada na Itaipu, apesar de importante, foi muito pouco divulgada na mídia: o software livre foi apontado com uma das alternativas mais seguras contra ataques de hackers e espionagem.
Segundo o analista de sistema Deivi Kuhn, do Serviço Federal de Processamento de Dados, Serpro, quando se utiliza um software livre, a pessoa ou a empresa é dona da informação. Ela sabe onde está sendo armazenada.
Já no software proprietário, os dados ficam escondidos e, ao mesmo tempo, abertos para o dono do software ou do governo onde o servidor está lotado.
O software livre também é mais resistente aos vírus. “O Serpro tem 7 mil computadores com sistema operacional Linux, desde 2004. Nunca tivemos problemas com vírus”, disse.
Um exemplo da fragilidade dos softwares proprietários, citado por Kuhn, foram os dados vazados por Edward Snowden, caso que ficou mundialmente conhecido.
Dilma espionada
Até 2013, quando Snowden, ex-servidor da CIA, divulgou informações sigilosas dos Estados Unidos e até conversas da ex-presidente Dilma Rousseff com seus principais assessores, todos tinham a sensação de privacidade.
“Era apenas uma sensação de privacidade. Antes do Snowden, muitas informações brasileiras já eram vazadas, frequentemente, da embaixada americana para o governo dos Estados Unidos. Claro, sempre em busca de vantagens”.
E, de acordo com Kuhn, esse é o grande perigo. Se uma empresa brasileira está desenvolvendo uma tecnologia e seus dados estão armazenados em um servidor da Microsoft ou Icloud, por exemplo, está compartilhando não apenas com a dona do servidor, mas com o governo americano. “É preciso ficar muito atento, pois, às vezes, o servidor está numa ilha X, com uma legislação que não conhecemos. No software livre, isso não acontece”.
Fonte: PTI